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15/Feb/2024

Preço do algodão para exportação é mais atrativo

As cotações do algodão em pluma seguem oscilando no Brasil, mas ainda se mantendo próximas dos R$ 4,00 por libra-peso. No mercado externo, os valores sobem, cenário que amplia a diferença entre os parâmetros domésticos e internacionais, embora também resulte em aumentos pontuais no preço interno. Entre 31 de janeiro e 9 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 0,4%, cotado a R$ 4,00 por libra-peso na sexta-feira (09/02). Nos últimos sete dias, especificamente, a queda é de 0,4%. O Indicador está, em média, 3,1% abaixo da paridade de exportação. Ainda assim, a média da cotação neste início fevereiro, de R$ 3,99 por libra-peso, é a maior desde outubro/2023. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,17 por libra-peso (84,27 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,18 por libra-peso (84,49 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os três primeiros vencimentos voltaram a operar acima dos 90,00 centavos de dólar por libra-peso, o que não era visto desde meados de agosto de 2022. Entre 31 de janeiro e 9 de fevereiro, o vencimento Março/2024 avançou 7,76%, a 91,78 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2024 se valorizou 6,72%, a 92,22 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2024, 5,84%, a 92,22 centavos de dólar por libra-peso; e Outubro/2024, 2,63%, para 85,16 centavos de dólar por libra-peso. Vale considerar que, com compradores externos pagando mais pela pluma nacional, os vendedores seguem dando prioridade para negociações voltadas à exportação, envolvendo tanto a safra 2022/2023 como a próxima temporada (2023/2024). Relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no dia 8 de fevereiro indicou que a área nacional de algodão na safra 2023/2024 deve somar 1,877 milhão de hectares, 12,8% acima da temporada 2022/2023 e alta de 8,22% frente aos dados de janeiro/2024.

A produtividade brasileira, contudo, deve cair 8,2% em relação à safra passada, para 1.752 quilos por hectare, os dados se mantiveram estáveis frente aos do relatório anterior. Assim, a produção no Brasil teve reajuste positivo de 6,1% no comparativo mensal e de 3,6% em relação à temporada 2022/2023, podendo chegar ao maior volume já produzido na história, de 3,288 milhões de toneladas. Essa movimentação na produção nacional se deu pelo aumento de 8,22% na área cultivada em Mato Grosso, passando para 1,349 milhão de hectares, 13,3% maior que na safra 2022/2023. A produtividade no Estado se manteve estável frente aos dados do mês anterior, mas deve cair 8,7% quando comparada à safra passada, a 1.728 quilos por hectare. Com isso, a produção do Estado está projetada em 2,33 milhões de toneladas, elevação de 8,22% no comparativo mensal e de 3,5% frente a 2022/2023.

Dados divulgados no dia 8 de fevereiro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam reajuste negativo de apenas 0,3% na produção global 2023/2024 de algodão frente ao estimado em janeiro, mas retração de 3% em relação à safra 2022/2023, totalizando 24,565 milhões de toneladas. O USDA também reduziu o consumo mundial de algodão no comparativo mensal, para 24,486 milhões de toneladas, mas este ainda ficou 1,2% superior ao da temporada 2022/23, embora 0,32% menor que a oferta global. As importações mundiais estão previstas em 9,336 milhões de toneladas, apenas 0,4% inferiores as apontadas no relatório anterior, com alta de significativos 13,8% no comparativo com a safra 2022/2023. No caso da China, o USDA reajustou positivamente (4,4%) as importações de pluma, chegando a 2,613 milhões de toneladas e ficando expressivos 92,6% acima das da temporada anterior.

As exportações globais, por sua vez, estão projetadas em 9,335 milhões de toneladas na safra 2023/2024, baixa de 0,4% no comparativo mensal, mas crescimento de 16% frente à temporada anterior. Para o Brasil, especificamente, houve queda 2,6% nas exportações se comparadas aos dados de janeiro/2024, mas devem superar em 68,3% as da temporada 2022/2023, totalizando 2,439 milhões de toneladas, um recorde para o País. Dessa forma, o estoque final global está previsto em 18,223 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, recuo de 0,8% frente ao estimado no mês anterior, mas alta de 0,9% em relação à safra passada. Para o Brasil, especificamente, o USDA estimou estoque de 1,27 milhão de toneladas, respectivos aumentos de 5,4% e 1,4%. Quanto aos preços, o valor médio pago ao produtor norte-americano pela safra 2023/2024 está em 77,00 centavos de dólar por libra-peso, alta de 1,32% se comparado ao de janeiro/2024, mas baixa de 9,2% frente ao da temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.