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08/Jan/2024

Brasil rumo à liderança nas exportações de algodão

O expressivo excedente brasileiro e a menor oferta norte-americana devem levar o Brasil a se tornar o maior exportador mundial de algodão em pluma. No Brasil, o cultivo da temporada 2023/2024 deve ser incentivado pelos atrasos na semeadura de soja no Cerrado, e isso deve manter o excedente interno amplo ainda em 2024 e em parte de 2025. Assim, o Brasil deve ultrapassar os Estados Unidos e se tornar o terceiro maior produtor do mundo na temporada 2023/2024. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta que a produção brasileira da safra 2023/2024 seja a segunda maior da história, ficando apenas 3,5% inferior à temporada 2022/2023, chegando a 3,061 milhões de toneladas. Este deve ser o resultado da produtividade estimada em 1.754 kg/ha (retração de 8% frente à safra 2022/2023) e da elevação na área semeada, de 4,9%, somando 1,745 milhão de hectares, a maior desde a temporada 1991/1992, quando chegou a 1,971 milhão de hectares.

A produção, acrescida dos estoques iniciais e das pequenas importações, deve gerar disponibilidade interna acima de 5,2 milhões de toneladas para 2024, volume nunca antes alcançado. Deste total, a estimativa é que o consumo doméstico chegue a 730 mil toneladas, a maior em uma década, com crescimento de 7,3% frente à temporada anterior. Com isso, o Brasil terá um excedente próximo de 4,5 milhões de toneladas, pela primeira vez na história. Deste total, 2,5 milhões de toneladas devem ser exportadas em 2024, gerando um estoque final de 2 milhões de toneladas em dezembro/2024. Do lado da demanda, o menor crescimento da renda mundial pode limitar a procura pela pluma. O FMI estima que o crescimento global seja de 2,9% em 2024, contra 3% em 2023 e 3,5% em 2022. Apesar disso, previsões ainda mostram demanda mundial acima da oferta, o que, por sua vez, pressionaria os estoques e sustentaria as cotações.

O USDA indica produção mundial da safra 2023/2024 em 24,585 milhões de toneladas, retração de 3,2% frente à temporada anterior. O USDA estima queda para importantes países, mas, para o Brasil, o USDA prevê crescimento de 24,2% se comparada à safra 2022/2023 e para o Paquistão, de 71,8%. O consumo global, por sua vez, pode aumentar 2%, para 24,76 milhões de toneladas, ficando apenas 0,7% acima da oferta. Mesmo com a expectativa de menor consumo da China (queda de 2,7% frente à temporada anterior), as importações chinesas devem aumentar expressivos 76,5% em relação à safra 2022/2023. Já em nível mundial, as importações podem totalizar 9,396 milhões de tonadas, elevação de 14,5% frente à temporada anterior. Assim, o estoque mundial foi estimado pelo USDA em 17,94 milhões de toneladas na safra 2023/2024, ligeira queda de 0,5% sobre a anterior. A relação estoque/consumo está em 72,5%.

As exportações mundiais estão previstas em 9,395 milhões de toneladas. Para o Brasil, as exportações são estimadas em 2,504 milhões de toneladas na safra 2023/2024 (agosto/2023 a julho/2024), elevação de expressivos 72,8% frente às da temporada anterior e as maiores da história, ficando apenas 5,7% inferiores às dos Estados Unidos, que é o atual líder global. Entretanto, em alguns momentos, o Brasil poderá ser o maior exportador mundial, quando se consideram os embarques acumulados a cada 12 meses. Entre agosto e dezembro de 2023, o Brasil exportou 1,02 milhão de toneladas de algodão em pluma. No acumulado do ano, os embarques somaram 1,5 milhão de toneladas. Os Estados Unidos terão o menor excedente exportável desde 2015/2016. Quando se considera a disponibilidade total (estoque inicial + produção + importação) e se subtrai o consumo interno, o excedente exportável norte-americano chega a 3,7 milhões de toneladas na temporada 2023/24. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.