04/Oct/2023
Os preços do algodão em pluma avançaram em setembro. O suporte veio das valorizações internacionais, do bom ritmo de exportação e, sobretudo, do fato de agentes estarem focados no cumprimento de contratos a termo aos mercados doméstico e externo. Esse cenário deixou os vendedores firmes em suas posições, ao mesmo tempo em que algumas tradings precisaram elevar os valores para comprar novos lotes, principalmente nos últimos dias de setembro. Parte das indústrias, por sua vez, segue ativa, no intuito de atender à necessidade imediata e/ou repor estoques. Além do desacordo quanto à qualidade dos lotes disponibilizados, outros compradores seguem pressionando os valores de negociação, o que limita a liquidez.
Entre 31 de agosto e 29 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, avançou 0,65%, fechando a R$ 4,07 por libra-peso no dia 29 de setembro, trata-se do quarto mês consecutivo de alta. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador registra alta de 3,15%, a R$ 4,06 por libra-peso. Ainda assim, a cotação interna ficou, em média, 4,5% inferior à paridade de exportação em setembro. No campo, ainda que a colheita nacional esteja próxima de terminar, o beneficiamento deve se estender por mais alguns meses. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), 99,96% da área 2022/2023 nacional foi colhida, com o beneficiamento alcançando 56% do total da produção até o dia 28 de setembro.
Ressalta-se que, com o aumento no fluxo de carregamentos da safra 2022/2023, gargalos logísticos foram enfrentados ao longo de setembro, como dificuldades em encontrar transporte rodoviário, aumento nos valores dos fretes e filas nos terminais portuários. Em setembro, a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) foi de R$ 4,30 por libra-peso (85,63 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,31 por libra-peso (85,84 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, entre 31 de agosto e 29 de setembro, o vencimento Outubro/2023 se desvalorizou 1,41%, a 86,86 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2023, 0,76%, a 87,15 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2024 subiu 0,22%, a 87,92 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2024, 0,94%, para 88,50 centavos de dólar por libra-peso. Dados divulgados no dia 2 de outubro pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimam a produção mundial da safra 2023/2024 em 24,982 milhões de toneladas, recuo de 0,33% frente às informações do início de setembro/2023, mas ainda 1,46% maiores que as da temporada anterior.
Por outro lado, o consumo mundial de algodão deve cair 0,59% frente à temporada 2022/2023, para 23,313 milhões de toneladas, reajuste mensal positivo de 0,43%. Assim, o consumo pode ficar 6,68% inferior à oferta. Para a exportação mundial, projeta-se aumento de significativos 14,75 frente à safra anterior, com reajuste positivo de 3,42% em relação aos dados do mês anterior, para 9,42 milhões de toneladas na temporada 2023/2024. Nesse cenário, o estoque final deve somar 22,919 milhões de toneladas, com elevação de 7,93% em relação à temporada 2022/2023, mas reajuste negativo de 0,27% sobre os dados de setembro/2023. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.