31/Mai/2023

Após caírem por quatro meses consecutivos, os preços do algodão em pluma estão subindo em maio. O impulso vem sobretudo da postura mais firme de vendedores, que estão atentos às altas no valor externo da pluma e da paridade de exportação. Com a reação nos preços e a proximidade da entrada de um maior volume da safra 2022/2023, alguns vendedores aproveitam para comercializar lotes da pluma. Outros realizam negócios para exportação em detrimento do mercado interno, visto que a cotação interna segue abaixo da paridade de exportação. Os produtores capitalizados e/ou focados nos embarques dos contratos a termo, na qual a remuneração está superior à do mercado spot, seguem afastados da comercialização.

Do lado comprador, há maior interesse para negócios de pronta-entrega e/ou de contratos a termo já envolvendo a safra 2022/2023. Para adquirir pluma de melhor qualidade, os compradores aceitam os valores mais elevados pedidos por vendedores. Algumas indústrias relatam leve melhora nas vendas, de modo geral, em relação ao mês anterior. Na parcial de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumula alta de 3,47%. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,77%, a R$ 4,11 por libra-peso. Mesmo com os avanços no mês, a cotação ainda está, em média, 3,8% inferior à paridade de exportação. A média mensal está em R$ 3,91 por libra-peso nesta parcial de maio, 9,31% abaixo da média de abril/2023 e 49,26% inferior à de maio/2022.

Trata-se, também, da menor média mensal desde junho/2020, quando chegou a R$ 3,97 por libra-peso, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abril/2023). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 3,94 por libra-peso (78,79 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,95 por libra-peso (79,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, na parcial de maio, o vencimento Julho/2023 tem valorização de 3,16%, a 83,35 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2023 registra avanço de 0,88%, a 81,03 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023, +0,69%, a 80,54 centavos de dólar por libra-peso; e o Março/2024, 0,59%, a 80,66 centavos de dólar por libra-peso.

Em relatório divulgado no dia 26 de maio pelo Cotton Outlook, a produção mundial da safra 2023/2024 está estimada em 25,240 milhões de toneladas, 1,56% maior que o volume esperado para 2022/2023 (24,852 milhões de toneladas). Quanto ao consumo mundial, houve queda de 0,99% no mesmo comparativo de safras, indo para 24,113 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, mas com reajuste positivo de 5,41% frente ao projetado em abril/2023. Nesse cenário, a oferta mundial está 4,7% acima da demanda. Para o Brasil, especificamente, a produção pode chegar a 2,8 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, 3,4% inferior à anterior (2,9 milhões de toneladas), enquanto o consumo nacional pode aumentar 3,7%, indo para 700 mil toneladas na safra 2023/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.