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24/Mai/2023

Preços do algodão sustentados pelas exportações

Depois de recuarem por quatro meses consecutivos, os valores internos do algodão em pluma vêm registrando pequenos avanços. O suporte vem das altas nos preços externos, o que eleva a paridade de exportação e faz com que os vendedores atuem no spot nacional de forma mais firme. Os produtores dão preferência às vendas para exportações, aguardando melhores oportunidades no mercado interno. Parte destes agentes ainda está fora do spot, atenta ao desenvolvimento das lavouras da temporada 2022/2023. Do lado da demanda, as recentes altas nos preços da pluma deixaram compradores mais ativos no spot, e muitos estão elevando os valores de suas ofertas, sobretudo os com necessidade urgente de renovação de estoques, para conseguir adquirir novos lotes. Outros demandantes, contudo, ainda compram lotes de maneira pontual, seja para uso imediato e/ou reposição de estoque, devido à baixa demanda ao longo da cadeia têxtil.

Diante disso, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, que chegou a acumular queda de 6,73% até o dia 10 deste mês, já passa a registrar avanço na parcial de maio, de 2,7%. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ subiu 5,82%, cotado a R$ 4,08 por libra-peso. Apesar das recentes recuperações, a cotação média de maio, de R$ 3,85 por libra-peso, ainda está 5% inferior à paridade de exportação, 10,52% abaixo da de abril/2023 e quase 50% inferior à de maio/2022. Trata-se, também, da menor média mensal desde outubro/2019, quando chegou a R$ 3,84 por libra-peso, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abril/2023). Em termos nominais, a média da parcial de maio do Índice Cotlook A referente à pluma posta no Extremo Oriente está em 94,06 centavos de dólar por libra-peso, a menor desde maio/2021 (90,94 centavos de dólar por libra-peso).

A média do Indicador à vista, de 77,43 centavos de dólar por libra-peso, está 17,7% inferior ao Índice Cotlook A. No comparativo com a média do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York, que está em 82,00 centavos de dólar por libra-peso, a cotação interna está 5,6% menor. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,21 por libra-peso (84,85 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,22 por libra-peso (85,07 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, mesmo com alguns dias em queda, os quatro primeiros contratos registram alta nos últimos sete dias, influenciados pela valorização do petróleo no mercado internacional.

O vencimento Julho/2023 tem valorização de 3,58% no período, a 85,32 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2023, +2,17%, a 84,32 centavos de dólar por libra-peso; o Dezembro/2023, 1,96%, a 83,38 centavos de dólar por libra-peso; e o Março/2024, 1,79%, cotado a 83,19 centavos de dólar por libra-peso. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 14 dias úteis de maio/2023, as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 44,13 mil toneladas, 27,6% abaixo do volume embarcado em todo o mês de abril/2023 e 45,9% inferior à quantidade de maio/2022. A atual média diária de vendas externas está em 3,152 mil toneladas, contra 3,71 mil toneladas em maio/2022 (-15%). O preço médio está em 82,99 centavos de dólar por libra-peso na parcial de maio/2023, baixas de 1,9% no comparativo mensal (84,56 centavos de dólar por libra-peso) e de 21,1% no anual (105,21 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.