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28/Abr/2023

Preços do algodão continuam recuando no Brasil

Os preços do algodão no disponível recuaram 11 dias consecutivos e já acumulam queda de 11,96% em abril, superando as retrações de 10,1% em março e 1,5% em fevereiro, em plena entressafra no País. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 4,10 por libra-peso. Na semana passada, a cotação nacional chegou a operar por dois dias abaixo da paridade de exportação, o que não era verificado desde 25 de julho de 2022. Aumentos nos preços internacionais e/ou da taxa de câmbio poderiam trazer suporte aos valores domésticos. Contudo, ao longo da última semana, o vencimento julho do algodão negociado na Bolsa de Nova York caiu 6,32%, enquanto o dólar cedeu 0,58%.

O que se verifica no mercado spot nacional é um grande desacordo entre os preços de vendedores e de compradores, o que mantém a liquidez baixa. Os produtores estão preocupados com as consecutivas quedas nos preços da pluma e retirando lotes do mercado. Do lado da demanda, as indústrias compram algodão de forma pontual para reposição de estoque ou necessidade urgente, citando demanda fraca pelos seus produtos. As fábricas apostam na continuidade do movimento de queda com a entrada da safra, e, por isso, seguem cautelosas até para contratar volumes antecipadamente para o segundo semestre.

Em relatório, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou colheita de 0,1% da safra 2022/2023 do Brasil. Na Bahia, 0,5% da safra foi retirada dos campos. O Estado, segundo maior produtor, tem lavouras em boas condições no extremo oeste e, no Centro-Sul, os cultivos em sequeiro foram prejudicados pela estiagem, antecipando parte da colheita. Em Mato Grosso, maior Estado produtor, as precipitações foram suficientes para manter a umidade no solo e as lavouras apresentam bom desenvolvimento. Em Goiás, as lavouras estão, predominantemente, em formação de maçãs e apresentam boa evolução. As áreas irrigadas, mais tardias, estão em desenvolvimento vegetativo e floração.

Em Mato Grosso do Sul, o clima mais fresco e seco tem atraído pragas para as plantações. No Maranhão, as lavouras estão em boa situação, assim como no Piauí e em Minas Gerais. O mercado interno de algodão está com liquidez enfraquecida, devido a retração dos seus agentes que têm adiado as negociações devido à preocupação com as perdas nos referenciais externos. A oferta mais alta que a demanda tem afetado a precificação da pluma. As incertezas quanto a economia global e o fraco desempenho nos mercados externos estão afetando o desempenho das exportações brasileiras, que estão bem abaixo do esperado para o período. Os preços devem continuar sofrendo pressão baixista. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.