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25/Abr/2023

Shein e Coteminas fecham acordo de produção local

A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), que pertence ao atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, anunciou na sexta-feira (21/04) a assinatura de um memorando de entendimentos com a chinesa Shein. O documento prevê que 2 mil dos clientes confeccionistas da empresa passem a ser fornecedores da companhia asiática para atender os mercados doméstico e da América Latina. A parceria abrange o financiamento para capital de trabalho e contratos de exportação de produtos para o lar. Na quinta-feira (20/04), Josué Gomes da Silva participou de uma reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes da Shein, voltada especialmente para fast fashion.

Segundo Haddad, o empresário intermediou o entendimento com a varejista chinesa, especialmente depois da polêmica sobre sonegação de impostos nas compras em sites estrangeiros que vendem para o Brasil. Na briga pela taxação das empresas asiáticas, que acabam provocando uma concorrência desleal com as varejistas brasileiras, o empresário teve importante participação no acordo que culminou no anúncio da Shein de que pretende nacionalizar 85% das vendas em quatro anos, com produtos feitos no Brasil. A plataforma chinesa anunciou que fará investimentos de cerca de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro e vai gerar até 100 mil empregos indiretos no País nos próximos três anos.

Todo o imbróglio envolvendo os marketplaces asiáticos começou com a decisão do governo de taxar as vendas dos sites, acabando com a isenção de tributação nas importações no valor de até US$ 50,00 entre pessoas físicas. A suspeita era de que haveria simulação de compras entre pessoas físicas para escapar do imposto. Uma semana depois, o governo recuou da decisão, diante da repercussão negativa da proposta na opinião pública. No dia seguinte, a Shein anunciou os investimentos. Para a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a parceria intermediada pela Coteminas entre os confeccionistas nacionais e a Shein será positiva se os investimentos anunciados vierem acompanhados de novas tecnologias e modelos de negócios.

Após acordo do governo com Shein, a Abit defendeu a taxação das plataformas de comércio eletrônico asiáticas. Há a necessidade de as plataformas pagarem os devidos impostos para internalizarem suas produções asiáticas no Brasil. A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) também defende a aplicação da legislação já vigente no País. Está sendo colocado em risco todo o parque industrial brasileiro de produção de vestuário e calçado. A situação pode aumentar o nível de desemprego no País. Haddad prometeu a empresários do varejo que iria trabalhar em um plano de adequação das compras feitas em lojas asiáticas de comércio eletrônico.

Um dos objetivos é assegurar que o imposto seja cobrado na transação. Será necessário criar ferramentas para melhorar e ampliar a fiscalização dos produtos importados, mas frisou que isso não é uma tarefa fácil. Segundo o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), a regularização das vendas de sites estrangeiros abre a perspectiva de uma competição mais justa, já que as lojas asiáticas serão enquadradas nas regras do comércio nacional. A indústria e o varejo têm condições de serem mais competitivos desde que sob as mesmas bases de competição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.