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29/Mar/2023

Tendência de baixa dos preços internos do algodão

Incertezas relacionadas à economia global e ao setor bancário vêm reduzindo a liquidez e pressionando os valores de commodities agrícolas, sobretudo do algodão em pluma. Por ser destinado a manufaturados de bens não essenciais, o consumo de algodão acaba sendo mais sensível a questões inflacionária e de renda. No Brasil, agentes já relatam dificuldades nas vendas ao longo da cadeia têxtil, cenário que reforça o movimento de queda nos preços da pluma que já vinha sendo observado desde meados de fevereiro. Com dificuldades nas vendas aos manufaturados, agentes de indústrias adquirem poucos volumes de pluma, visando atender apenas à necessidade imediata e/ou repor estoque.

Estes demandantes indicam preços menores nas compras. Do lado vendedor, a proximidade da entrada da safra 2022/2023 e a necessidade de alguns produtores em “fazer caixa” acabaram elevando a oferta de pluma no spot nacional. Nestes casos, os produtores são mais flexíveis nos valores, principalmente quando o lote tem alguma característica intrínseca comprometida. Entretanto, ainda há uma parcela de produtores que se mantém firme em seus preços, sobretudo para lotes de qualidade superior, cuja disponibilidade está limitada no mercado. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 3,38% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,65 por libra-peso.

Na parcial do mês, o Indicador acumula forte queda de 9,95%. No dia 23 de março, especificamente, o Indicador fechou a R$ 4,64 por libra-peso, o menor valor nominal desde o dia 3 de fevereiro de 2021 (R$ 4,64 por libra-peso). A média mensal do Indicador na parcial de março está em R$ 4,90 por libra-peso, sendo 6,47% inferior à média de fevereiro/2023, quase 30% abaixo da de março/2022, sendo, ainda, a menor desde dezembro/2020, quando chegou a R$ 4,75 por libra-peso, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de fevereiro/2023). Ainda assim, o Indicador está, em média, 12,4% acima da paridade de exportação. A média do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York está em 80,44 centavos de dólar por libra-peso, a menor desde dezembro/2020 (74,26 centavos de dólar por libra-peso).

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,17 por libra-peso (80,09 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,18 por libra-peso (80,30 centavos de dólar por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos estão em alta, impulsionados pela valorização do petróleo e pelo enfraquecimento do dólar. O vencimento Maio/2023 registra avanço de 2,98% nos últimos sete dias, a 79,52 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2023, 2,95%, a 79,99 centavos de dólar por libra-peso; o Outubro/2023, 2,65%, a 80,94 centavos de dólar por libra-peso; e o Dezembro/2023 tem alta de 2,46%, a 80,75 centavos de dólar por libra-peso.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 18 dias úteis de março/2023, as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 63,63 mil toneladas, 47,4% acima do volume embarcado em todo o mês de fevereiro/2023, mas 65,8% inferior à quantidade de março/2022. A atual média diária de vendas externas está em 3,54 mil toneladas, contra 8,45 mil toneladas em março/2022 (-58,1%). O preço médio está em 84,73 centavos de dólar por libra-peso na parcial de março/2023, baixas de 1,2% no comparativo mensal (85,79 centavos de dólar por libra-peso) e de 5,4% no anual (89,61 centavos de dólar por libra-peso). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.