24/Mar/2023
Os preços de algodão recuam no Brasil na segunda quinzena de março, pressionados por maior flexibilidade de vendedores e pelo fato de que fábricas estão demandando apenas volume para suas necessidades mais urgentes. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias subiu está cotado a R$ 4,76 por libra-peso e acumula queda de 7,89% no mês. A baixa se deve à maior flexibilidade de parte dos vendedores, que, por sua vez, está atenta à retração nos valores internacionais. Do lado comprador, as aquisições seguem 'da mão para a boca', visto que agentes apostam na continuidade da pressão sobre os preços, enquanto outros seguem preocupados com as vendas enfraquecidas dos manufaturados.
A disparidade entre compradores e vendedores também limita as negociações no spot. O Itaú BBA destacou que mesmo o período de entressafra não tem sido suficiente para sustentar as cotações internas do algodão. A retomada das exportações australianas de algodão para a China pode colocar ainda mais pressão sobre os preços no País. Atualmente, a maior parte das importações chinesas da fibra tem como origem os Estados Unidos e o Brasil. A China, maior consumidora mundial de algodão, costumava comprar 70% do suprimento da Austrália. O retorno da Austrália impõe mais um competidor ao Brasil neste importante mercado.
Outros fatores relacionados à demanda a serem observados são a economia global e os sinais de que a inflação no mundo ainda não foi controlada. A possibilidade de a taxa de juros dos Estados Unidos continuar subindo nos próximos meses pode ter efeito negativo nos preços internacionais de algodão. Importante destacar, ainda, a possibilidade de se confirmar o El Niño no segundo semestre e seus efeitos para as safras de algodão da Índia, Paquistão e inclusive da Austrália. As lavouras podem ser prejudicadas por chuvas (monções) abaixo da média e secas no Sudeste Asiático. A possibilidade da ocorrência de um El Niño coloca um alerta para as safras da Ásia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.