10/Mar/2023
A negociação de algodão é lenta no País diante da incerteza sobre o consumo doméstico de fios e têxteis e do menor ritmo de exportação, que pode significar maior disponibilidade da pluma internamente do que o previsto. O preço do algodão está em baixa, cotado a R$ 4,93 por libra-peso e acumula perda de 4,57% no mês. O Indicador não caía abaixo de R$ 5,00 por libra-peso desde novembro de 2022. A retomada das compras da indústria acabou não se confirmando à medida que o trimestre se aproxima do fim. As fábricas não estão vendendo fio, além de temores de demissões e fechamentos de magazines. Enquanto não baixar estoque de fio, a avaliação é de que não precisam comprar algodão. As ofertas de tradings no mercado interno estão entre 1.650 e 1.700 pontos acima do vencimento maio na Bolsa de Nova York, posto na Região Sudeste. A conta resulta em torno de R$ 5,10 por libra-peso, enquanto o Esalq caiu abaixo de R$ 5,00 por libra-peso, por isso não atrai interesse de indústrias, que estão atentas ao recuo dos preços.
Ainda que tenha sido reportada baixa disponibilidade de algodão de qualidade superior nos últimos meses, em virtude do enfraquecimento das exportações, parte da pluma que seria exportada deve ser ofertada internamente. Os valores internos do algodão em pluma estão sendo pressionados pela demanda enfraquecida. Os atuais preços de negociação já são os menores desde o começo de novembro de 2022, em termos nominais, e estão mais próximos da paridade de exportação. Os compradores atuantes são apenas aqueles que têm necessidade imediata, enquanto do lado vendedor parte dos produtores se mantém capitalizada, sem interesse em novas negociações. A negociação antecipada da safra 2022/2023 perdeu força após a queda recente dos preços reduzir o interesse de compra de fábricas. Os valores que têm sido indicados para negociação com entrega de setembro a dezembro são de 900 a 1.200 pontos acima da Bolsa de Nova York, posto na Região Sudeste.
No ano passado, as fábricas adquiriram algodão antecipadamente a preços elevados, por isso neste ano hesitam em fechar volumes a fixar ou com preço fixo. A safra teoricamente é grande. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) revisou para cima a expectativa de produção de algodão em Mato Grosso, para 2,01 milhões de toneladas, ante 1,94 milhão de toneladas previstas em fevereiro. A estimativa de área apresentou incremento de 3,65% ante o relatório anterior, totalizando 1,15 milhão de hectares. O pessimismo do início dos trabalhos a campo em relação à área plantada, devido aos altos registros de chuvas e atrasos na semeadura, se reverteu na medida em que a semeadura avançou no Estado. A nova área projetada representa redução de apenas 1,93% ante o consolidado da safra 2021/2022, com grande parte dos produtores optando pela manutenção da área semeada na safra passada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.