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01/Mar/2023

Tendência é de preços estáveis no mercado interno

Mesmo em período de entressafra, os preços do algodão em pluma atravessaram mais um mês com poucas oscilações. Entre 31 de janeiro e 27 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, teve leve queda de 0,99%, a R$ 5,20 por libra-peso. No geral, as cotações internas têm sido influenciadas por pequenas variações nos valores externos e do dólar. No spot nacional, a intensa divergência entre os agentes quanto ao preço e à qualidade dos lotes disponibilizados reforça a relativa estabilidade no preço da pluma. As empresas estão cautelosas nas novas aquisições, diante do fraco desempenho das vendas dos manufaturados. Os compradores ativos indicam ter dificuldades em encontrar a pluma dentro das características desejadas. Os produtores, por sua vez, se atentam ao campo. Ressalta-se que o excesso de chuva em algumas regiões atrasou a colheita da soja e, consequentemente, a semeadura do algodão 2ª safra, contexto que afastou muitos produtores do spot.

A média de fevereiro do Indicador, de R$ 5,24 por libra-peso, está 1,69% menor que a de janeiro/2023 e 26% inferior à de um ano atrás em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de janeiro/2023). A média de fevereiro esteve 16,3% superior à paridade de exportação. Além disso, mesmo estando inferior às médias dos dois últimos anos, a média de fevereiro/2023 foi 21% maior que a registrada em fevereiro/2020 (R$ 4,34 por libra-peso). Agentes buscam realizar novos contratos a termo envolvendo tanto a safra 2021/2022 quanto a 2022/2023, com preços baseados no Indicador e nos contratos da Bolsa de Nova York. Para exportação, os agentes já têm interesse maior em negociar o produto da safra 2023/2024. A paridades de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,40 por libra-peso (84,79 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,41 por libra-peso (85,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, ainda que os primeiros vencimentos tenham registrado alta nos últimos sete dias, impulsionados pela valorização do petróleo e pelo aumento nas vendas dos Estados Unidos divulgadas semanalmente, no mês de fevereiro, os contratos acumularam queda. Assim, de 31 de janeiro a 27 de fevereiro, o vencimento Março/2023 se desvalorizou 1,41%, a 85,00 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, 2,47%, a 84,80 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2023, 2,73%, a 85,07 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2023, 1,49%, a 84,46 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que a semeadura da safra 2022/23 no Brasil está perto de se encerrar, sendo que somava 99,5% da área esperada até o dia 23 de fevereiro. Em Mato Grosso, as atividades totalizavam 99,9% até o dia 23 de fevereiro; na Bahia, 99,3%, em São Paulo e em Minas Gerais, ambas com 98%; e em Goiás, 88,6%. Em relatório divulgado no dia 24 de fevereiro pelo Cotton Outlook, a produção mundial da safra 2023/2024 está estimada em 25,398 milhões de toneladas, 2% maior do que o volume esperado para 2022/2023 (24,892 milhões de toneladas).

Quanto ao o consumo mundial, houve queda de 3,6% no mesmo comparativo de safras, ficando em 24,553 milhões de toneladas na temporada 2023/2024. Para o Brasil, especificamente, a produção pode chegar a 2,8 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, 3,4% inferior à anterior (2,9 milhões de toneladas), enquanto o consumo nacional pode aumentar 3,7%, indo para 700 mil toneladas na safra 2023/2024. Estimativas divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no Fórum Anual de Perspectivas Agrícolas, no dia 23 de fevereiro, apontam produção mundial de 25,04 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, aumento de apenas 0,5% frente à anterior. Para o consumo, a estimativa é de avanço de 4,3% em relação à temporada anterior (2022/2023), indo para 25,15 milhões de toneladas. O volume produzido nos Estados Unidos, especificamente, pode chegar a 3,44 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, alta de 7,6% se comparada com a anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.