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28/Fev/2023

Têxteis: déficit comercial do setor cresceu em 2022

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), as exportações da indústria têxtil e de confecção do País cresceram 7,53% em 2022, na comparação com 2021, passando de US$ 1,06 bilhão para US$ 1,14 bilhão. As importações, por sua vez, aumentaram 15,07%, saindo de US$ 5,16 bilhões para US$ 5,94 bilhões. Com esse resultado, o déficit da balança comercial do segmento fechou o ano em US$ 4,79 bilhões, número 17,03% maior do que em 2021, quando havia alcançado US$ 4,09 bilhões. Esses números não levam em conta a importação de peças por pessoas físicas em sites de comércio entre fronteiras, como é o caso da plataforma Shein, citada de maneira recorrente em relatórios de bancos como ameaça concorrencial para o mercado têxtil nacional.

Essas compras não aparecem na balança comercial, pois não têm o mesmo tratamento estatístico. São pequenas encomendas que vêm pelos correios e, por isso, não aparecem nessa estatística, o que aumenta a pressão sobre o varejo brasileiro. O desempenho mais fraco do varejo brasileiro é citado como um dos fatores que desestimulam os produtores têxteis nacionais. No ano passado, a estimativa é que a Shein tenha faturado R$ 8 bilhões no País, o que a grosso modo, pode representar 200 milhões de peças. O grande problema é que esses produtos não estão pagando os impostos devidos ao serem internalizados no País, o que traz uma concorrência desleal para o varejo e o produtor brasileiro. Há informações de que a Shein busca iniciar produção em território nacional, o que tem aspectos positivos.

No entanto, esse movimento não resolveria, por si só, questões que são classificadas como "concorrência desleal". É bom, mas é óbvio que, vendo o tamanho da Shein, a produção brasileira não vai ser suficiente para essas 200 milhões de peças. É positivo, traz nova possibilidade, mas vai ser muito mais positivo se a Shein pagar os impostos devidos na importação. A Abit estará junto de representantes do varejo em Brasília nesta semana para tratar do assunto. A China foi o país de origem de 58,4% das importações brasileiras em 2022, com um valor de US$ 3,57 bilhões, 28,11% maior do que no ano anterior. O segundo colocado foi a Índia, com US$ 317,54 milhões. Seguem-se na relação dos 10 maiores fornecedores estrangeiros: Paraguai, Estados Unidos, Vietnã, Bangladesh, Indonésia, Turquia, Israel e Argentina.

Somente a balança comercial relativa à China representou déficit de US$ 3,44 bilhões para a indústria têxtil e de confecção brasileira. Quanto às exportações, a Argentina foi o principal destino dos produtos brasileiros em 2022, com US$ 281,20 milhões. Na relação dos 10 principais compradores estão o Paraguai, Estados Unidos, Colômbia, Uruguai, Peru, México, Chile, China e Equador. Houve aumento de custos e um varejo que não foi tão bem, além do aumento nas importações. Nas exportações, houve melhora e o setor trabalha para seguir evoluindo. O ano, obviamente, não foi tão positivo, até porque no final de 2022 as vendas para a Argentina caíram 30% por conta dos problemas do país, que é o principal mercado para os produtos têxteis brasileiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.