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17/Fev/2023

Preços do algodão estáveis com poucos negócios

A movimentação de algodão para pronta entrega no Brasil é limitada pela baixa disponibilidade de fibra de qualidade superior. Os preços, contudo, seguem sem grandes alterações, com compradores retraídos, alegando dificuldade de repasse na cadeia têxtil. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado em R$ 5,23 por libra-peso, com leve queda acumulada de 0,4% em fevereiro. As fábricas de maior porte já garantiram o abastecimento durante a entressafra, mas as menores ainda têm algodão a contratar. Não se sabe quanto algodão premium produtores guardaram. Por enquanto o volume ofertado internamente de algodão de qualidade superior não aumentou em virtude dos problemas em porto e indústrias da Turquia após o terremoto, que podem dificultar a exportação da pluma brasileira.

Mesmo tradings que possuem algodão em estoque para negociar internamente não conseguem atender às indústrias locais com exigências de qualidade mais altas, de algodão top de linha ou premium. Para volumes pequenos, os vendedores pedem R$ 5,45 por libra-peso por algodão premium, porém comprador sinaliza menos de R$ 5,30 por libra-peso. Já para o algodão 41.4 a negociação tende a ocorrer em torno do Índice Esalq. Os cotonicultores estão atentos à finalização da semeadura e ao desenvolvimento das lavouras da safra 2022/2023, mantendo limitada a oferta de lotes da temporada passada no spot nacional. Além disso, alguns vendedores estão capitalizados e/ou fazendo caixa com a venda de soja e, ao negociar a pluma, pedem preços maiores nesta entressafra, especialmente para lotes de qualidade superior. Do lado da demanda, as indústrias alegam dificuldades nas vendas finais.

Apenas empresas com mais necessidades aceitam valores maiores pelo algodão. As vendas da safra nova começam a ganhar tração. Saem negócios por 5,18 por libra-peso por algodão 31.4 posto no Sudeste para entregas em agosto e setembro. Mesmo com a sinalização de uma safra maior, os preços não apresentam grande recuo entre temporadas. O custo foi muito elevado, entre 82 e 83 cents por libra-peso e ninguém quer vender abaixo disso. A perspectiva de recuperação do consumo também anima vendedores a aguardar. O mercado tinha precificado uma recessão mundial e não está se confirmando. Já as fábricas compram volumes de forma cautelosa em busca de maior clareza sobre o cenário de preços. Há muita insegurança sobre câmbio, que é uma variável complexa. A comercialização de algodão da safra 2021/2022 de Mato Grosso alcançou 8 88,4% da produção em janeiro.

Há um atraso de 7,7 pontos porcentuais ante igual período da safra 2020/2021. A coloração fora do padrão da fibra tem dificultado novos negócios no Estado e até mesmo se refletido em renegociação dos contratos para a próxima safra (rolagem de contrato). Em relação às vendas da safra 2022/2023, os relatos de rolagem de contratos contribuíram para um avanço de 4 pontos porcentuais em janeiro em relação a dezembro, totalizando 58,3% da produção esperada para o ciclo. Contudo, a comercialização segue atrás do observado em igual período da safra 2021/2022, em virtude da conduta do produtor em aguardar preços mais atrativos para vender a sua fibra. Já as negociações da safra 2023/2024 atingiram 5,7% da produção esperada para o ciclo, avanço de apenas 2,1 pontos porcentuais no mês, o que se deve aos menores patamares de preços no período. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.