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08/Fev/2023

Tendência é de baixa do preço no mercado interno

Apesar do período atual de entressafra, os preços internos da pluma não conseguem encontrar sustentação. As oscilações dos valores no mercado externo, as incertezas quanto ao crescimento econômico mundial e o recebimento/cumprimento de contratos a termo no cenário brasileiro têm restringido a liquidez no spot e resultado em pequenas flutuações nos valores internos. O recente enfraquecimento do dólar frente ao Real pressionou as paridades de exportação e importação, influenciando os patamares domésticos. Sazonalmente, os preços internos do algodão em pluma registram oscilações positivas no primeiro bimestre de cada ano, com valores acima da média anual. Recuos nesse período foram observados apenas em anos em que as estimativas apontavam oferta crescente, como em 2017 e 2019. Em 2023, a projeção também é de produção superior à de 2022.

Porém, as exportações estão em alta, o que reduz a disponibilidade interna. Em janeiro, o Brasil embarcou praticamente 124 mil toneladas, ao preço médio de 85,38 centavos de dólar por libra-peso, baixas de 37,8% e de 1,4%, respectivamente, em relação a dezembro/2022. Vale mencionar que, de agosto/2022 a janeiro/2023, foram exportadas 1,08 milhão de toneladas, contra 1,03 milhão entre agosto/2021 e janeiro/2022. No balanço, as cotações registram queda no mercado interno nos últimos sete dias. Boa parte das indústrias permanece negociando pontualmente, com fábricas relatando dificuldades na venda dos manufaturados. Os produtores, por sua vez, estão focados na colheita da soja (essa cultura teve atraso nas atividades, devido às chuvas) e na semeadura do algodão. Os comerciantes continuam com a demanda enfraquecida, buscando fazer apenas compras para cumprimento de suas programações e/ou negócios “casados”, sem gerar volume de estoque.

Depois de cair 1,19% em janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra baixa de 1,65% nos últimos sete dias, a R$ 5,23 por libra-peso. Ainda assim, a média da cotação interna está 16,3% superior à paridade de exportação neste início de fevereiro. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,58 por libra-peso (88,65 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,59 por libra-peso (88,85 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os primeiros contratos registram baixa, pressionados pela retração no valor do petróleo e pelo fortalecimento do dólar no mercado internacional, uma vez que ambos tendem a desestimular a demanda pela fibra natural norte-americana.

O vencimento Março/2023 registra desvalorização de 2,15% nos últimos sete dias, a 83,27 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, de 1,9%, a 84,11 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2023, tem queda de 1,55%, a 84,85 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2023, 0,45%, cotado a 83,78 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que a semeadura da safra 2022/2023 no Brasil somava 75% da área esperada até o dia 2 de fevereiro. Na Bahia, as atividades totalizavam 97%; em São Paulo, 94%; em Minas Gerais, 90%; em Goiás, 87%; no Maranhão, 82%; e em Mato Grosso, 67%. No Piauí, no Paraná e em Mato Grosso do Sul, os trabalhos de semeadura já foram encerrados. Em relatório divulgado no dia 1º de fevereiro, o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimou a produção mundial em 24,69 milhões de toneladas na safra 2022/2023, 1,83% superior à anterior.

O consumo mundial de algodão deve cair 10,38% se comparado à safra 2021/2022, para 23,033 milhões de toneladas, o menor volume desde 2011/2012 (22,389 milhões de toneladas). Além disso, o consumo global está projetado para ficar 6,71% inferior à oferta. As exportações, por sua vez, podem recuar 11,66% frente à temporada anterior, para 8,662 milhões de toneladas, sendo a menor quantidade desde a safra 2016/2017 (8,29 milhões de toneladas). Nesse cenário, o estoque final deve somar 21,625 milhões de toneladas, com elevação de 8,30% em relação à temporada 2021/2022. Quanto aos preços, em fevereiro, o Icac indicou média do Índice Cotlook A de 104,00 centavos de dólar por libra-peso para a temporada 2022/2023, variando de 96,00 centavos de dólar por libra-peso a 126,00 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.