03/Fev/2023

Mesmo passado o primeiro mês do ano, as negociações de algodão ainda ocorrem de forma lenta no disponível. Compradores e vendedores voltam ao mercado gradualmente. Assim como o verificado ao longo de 2022, agentes relatam dificuldades em acordar o preço e a qualidade dos lotes disponibilizados, o que acaba limitando a liquidez no spot. O indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 5,27 por libra-peso. Alguns compradores buscam pluma de qualidade superior e parte está disposta a pagar valores maiores pelo algodão que atenda às especificações desejadas, mas nem sempre tem sucesso, tendo em vista a resistência de vendedores. Os cotonicultores seguem firmes em suas ofertas, sobretudo os mais capitalizados. Somente para lotes com baixa qualidade é que vendedores são mais flexíveis nos preços. A demanda enfraquecida ao longo da cadeia têxtil dificulta repasse de reajustes aos produtos finais, contexto que reduz o volume de compra da matéria-prima.

As exportações brasileiras de algodão somaram 123,980 mil toneladas em janeiro, volume 37,8% menor que as 199,400 mil toneladas embarcadas em igual mês do ano passado. Na comparação com dezembro de 2022, mês em que o Brasil exportou 175,720 mil toneladas de algodão, a Secex registrou uma queda de 29,4%. Em Mato Grosso, os preços dos subprodutos do algodão seguem apresentando desvalorizações. As cotações do caroço disponível e da torta caíram 1,6% e 1,5% na comparação semanal, para uma média de R$ 1.261,82 a tonelada e R$ 1.350,98 a tonelada, respectivamente. Esse cenário de queda tem sido sustentado pela maior oferta do subproduto no mercado, visto que a produção do caroço exibiu incremento de 12,9% na safra 2021/2022 ante a 2020/2021. Além disso, há relatos de diminuição na demanda pelos subprodutos, o que contribuiu para o cenário de declínio nos preços. No oeste da Bahia, o plantio de algodão em regime de sequeiro foi concluído.

A região responde por 98% da área com a fibra no Estado, que deve plantar 305,2 mil hectares em 2022/2023. Entre lavouras sem e com irrigação, o algodão deve ocupar área de 299,2 mil hectares no Cerrado baiano. O restante da produção fica por conta da região sudoeste. Até o momento a safra vem se desenvolvendo bem e, se o clima continuar favorável e a produtividade - estimada em 1.912 quilos de algodão beneficiado (pluma) por hectare - se confirmar, a commodity poderá remunerar melhor o cotonicultor considerando-se os patamares atuais de preços. As decisões de plantio, que já são tomadas com muito critério, foram ainda mais apuradas neste ciclo, onde cada ganho que se alcança em produtividade e valorização do produto vai fazer a diferença. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os futuros de algodão estão em patamares mais elevados neste início de fevereiro. O vencimento março/2023 da pluma está cotado em 85,72 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.