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01/Fev/2023

Tendência é de preços firmes no mercado interno

O mês de janeiro foi marcado pela retomada, ainda que gradual, do ritmo de negócios envolvendo algodão em pluma. Assim como verificado ao longo de 2022, os agentes relatam dificuldades em acordar o preço e a qualidade dos lotes disponibilizados, o que acaba limitando a liquidez no spot. Nesse cenário de busca de um ponto de equilíbrio entre agentes do setor, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma praticamente atravessou janeiro na casa dos R$ 5,30 por libra-peso. Do lado da demanda, os comerciantes seguem priorizando a realização de negócios “casados” e/ou aquisições para cumprimento de contratos. Alguns compradores buscam pluma de qualidade superior, e parte está disposta a pagar valores maiores pelo algodão que atenda às especificações desejadas, mas nem sempre tem sucesso, tendo em vista a resistência de vendedores. Ressalta-se que agentes de empresas relatam demanda enfraquecida ao longo da cadeia têxtil e, por isso, continuam com dificuldades no repasse de reajustes aos produtos finais, contexto que reduz o volume de compra da matéria-prima.

Do lado vendedor, os produtores seguem firmes em suas ofertas, sobretudo os mais capitalizados. Somente para lotes com baixa qualidade é que vendedores são mais flexíveis nos preços. Há vendedores que preferem aguardar oportunidades mais remuneradoras para negociar lotes de melhores qualidades. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve queda de 0,23% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,32 por libra-peso. Entre 29 de dezembro de 2022 e 30 de janeiro de 2023, o Indicador acumulou pequena alta de 0,14%. A média do mês de janeiro foi de R$ 5,33 por libra-peso, 0,3% maior que a média de dezembro/2022, mas 23,9% inferior à de janeiro/2022, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de dezembro/2022). Ainda assim, a cotação interna está, em média, 17,7% superior à paridade de exportação. Novas negociações antecipadas envolvendo a pluma da safra 2021/2022 para entrega nos próximos meses são captadas.

Para exportação, os agentes aproveitam os momentos de alta dos contratos na Bolsa de Nova York para fixarem os contratos que estavam em aberto. Fechamentos envolvendo a pluma da temporada atual e das duas próximas também são registrados. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,56 por libra-peso (89,25 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,57 por libra-peso (89,46 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registraram alta em janeiro. De 30 de dezembro de 2022 a 30 de janeiro de 2023, o vencimento Março/2023 se valorizou 2,08%, a 85,10 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, 2,74%, a 85,74 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2023, 3,37%, a 86,19 centavos de dólar por libra-peso e o Outubro/2023, 4,24%, a 84,16 centavos de dólar por libra-peso.

Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que a semeadura da safra 2022/2023 no Brasil somava 57,31% da área esperada até o dia 26 de janeiro. Em Mato Grosso do Sul, as atividades totalizavam 98% da área estimada; em São Paulo, 91%; em Minas Gerais, 85%; em Goiás, 84%; na Bahia, 82%; no Maranhão, 73%; e em Mato Grosso, 47%. Dados divulgados no dia 27 de janeiro pelo Cotton Outlook apontam queda de 0,14% na produção mundial da safra 2022/2023 frente ao relatório anterior e recuo de 0,7% frente à safra passada, indo para 24,862 milhões de toneladas. Para o Brasil, especificamente, a produção em 2022/2023 é prevista para crescer 13,5% em relação à anterior, mas houve um ajuste negativo de 0,9% frente aos dados de dezembro/2022. O consumo mundial na temporada 2022/2023 está estimado em 23,839 milhões de toneladas, aumento de 0,8% no comparativo com o estimado no mês passado e 3,6% inferior ao da safra 2021/2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.