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25/Jan/2023

Tendência de alta nos preços internos do algodão

As cotações externas e internas do algodão em pluma vêm oscilando com certa força, influenciadas sobretudo por preocupações relacionadas à economia global. Mais recentemente, a sinalização de melhor ritmo da economia da China e as altas nas cotações do petróleo elevaram as cotações futuras, o que pode, por sua vez, influenciar os preços no Brasil de forma mais expressiva nos próximos dias. Por enquanto, nesta parcial de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, a diferença entre o fechamento mínimo e máximo está em 1,7%. Como a diferença entre o dólar mínimo e máximo está em 7,1% nesta parcial de janeiro, a paridade de exportação teve máxima 9% acima da mínima. Esta oscilação está em linha, inclusive, com as variações do primeiro vencimento na Bolsa de Nova York.

Na segunda-feira (23/01), a máxima deste mês esteve 8,6% maior que a mínima, que foi registrada em 4 de janeiro. No mercado interno, há melhora na liquidez, mas o desacordo sobre preços entre compradores e vendedores continua sendo observado, devido à diferença de qualidade entre os lotes ofertados. No geral, os negócios de grandes volumes estão mais limitados. Os compradores seguem preocupados com o desempenho das vendas de produtos manufaturados. Os vendedores esperam preços mais atrativos e não têm necessidade imediata de negociar. Os produtores estão focados na colheita da soja e na semeadura do algodão, inclusive das lavouras de 2ª safra, e temem um possível atraso na atividade por conta das chuvas.

O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 0,79% nos últimos sete dias, a R$ 5,33 por libra-peso. No acumulado do mês, o Indicador registra alta de 0,38%. A cotação interna está, em média, 17,7% superior à paridade de exportação também na parcial de janeiro, a maior vantagem desde maio/2021, quando chegou a 23%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,48 por libra-peso (86,35 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,49 por libra-peso (86,55 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos registram alta, impulsionados pela elevação no valor do petróleo, pelo enfraquecimento do dólar frente a uma cesta de moedas estrangeiras e pelo melhor desempenho nas vendas da fibra norte-americana.

O contrato Março/2023 apresenta aumento de 5,52% nos últimos sete dias, a 87,39 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, alta de 5,67%, a 87,79 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2023, 5,71%, a 88,06 centavos de dólar por libra-peso e o Outubro/2023, tem avanço de 5,18%, a 85,63 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que o beneficiamento da safra 2021/2022 já se encerrou em boa parte das regiões. Para a safra 2022/2023, até o dia 19 de janeiro, a semeadura no Brasil somava 41% da área esperada. Em Mato Grosso do Sul, as atividades somavam 96% da área estimada; em São Paulo, 86%; em Minas Gerais, 83%; na Bahia, 81%; em Goiás, 80,38%; no Maranhão, 73%; e em Mato Grosso, apenas 25%.

No Piauí e no Paraná, os trabalhos de semeadura já foram encerrados. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 15 dias úteis de janeiro/2023, as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 92,2 mil toneladas, 47,5% abaixo do volume embarcado em todo o mês de dezembro/2022 e 53,8% inferior à quantidade de janeiro/2022. Na parcial da atual safra (de agosto/2022 a parcial de janeiro/2023), o Brasil exportou 1,044 milhão de toneladas, 1,3% acima do registrado no mesmo período da temporada anterior. Em dezembro/2022, a despesa com as importações da cadeia têxtil agregada foi de US$ 396,36 milhões, retrações de 4,4% frente ao mês anterior e de 9,8% em relação a dezembro/2021.

Entre janeiro e dezembro de 2022, as despesas somaram US$ 4,98 bilhões, aumento de 11,8% frente às de igual período de 2021. A receita com as exportações foi de US$ 415,6 milhões em dezembro/2022, queda de 30,5% em relação ao mês anterior e de 31% em um ano. No acumulado de 2022, o montante soma 4,734 bilhões, 7,9% a mais que o de janeiro a dezembro de 2021 (US$ 4,388 bilhões). Assim, a balança comercial ficou superavitária em dezembro/2022, em US$ 19,25 milhões, contra saldos positivos de US$ 183,7 milhões no mês anterior de US$ 162,72 milhões em dezembro/21. No acumulado de 2022, contudo, o déficit foi de US$ 246,6 milhões, sendo expressivamente maior que o saldo negativo de US$ 68,519 milhões registrado no mesmo período de 2021 (+259,9%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.