13/Jan/2023
O consumo interno de algodão deve crescer de 1,5% a 2,0% em 2023, acompanhando a expectativa de aumento do PIB na faixa de 1,6%, segundo projeções da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). A expectativa era de que o volume de algodão absorvido pelo setor fechasse 2022 entre 630 mil e 680 mil toneladas, queda de 8% a 10% ante o ano anterior. Em 2022, foi entregue um pedaço do crescimento de 2021 pelos impactos do aumento dos custos e de um mercado consumidor mais lento do que o previsto. Empresas ajustaram o nível de produção para contemplar as suas disponibilidades de capital de giro e atender à demanda do varejo reprogramada para baixo.
A associação não vê grandes mudanças na proporção do algodão no mix de matérias-primas em relação a outras fibras naturais ou às fibras sintéticas, uma vez que o algodão, embora ainda esteja com preços acima de antes da pandemia, recuou ante o recorde alcançado no ano passado. O algodão em meados deste ano estava custando o preço mais alto dos últimos 10 anos, em torno de 145 centavos de dólar por libra-peso. Pouco antes da pandemia, em fevereiro de 2020, estava em torno de 65 a 70 cents centavos de dólar por libra-peso. A cotação atual do contrato mais líquido do algodão é de 84,26 centavos de dólar por libra-peso. A pluma representa 35% do total de matérias-primas transformadas pela indústria têxtil e de confecção brasileira, cálculo que inclui filamentos têxteis e sintéticos importados.
O algodão representa metade do que é processado pelo Brasil. Embora as exportações absorvam agora dois terços da produção, a indústria local ainda é o maior cliente do algodão brasileiro, comprando mais do que qualquer importador considerado individualmente. A expectativa da indústria para este ano é de maior aperto no primeiro semestre e um cenário mais confortável a partir da segunda metade de 2023. A safra 2022/2023 prenuncia-se boa, mas o setor terá que passar o período de entressafra que vai de fevereiro e março - fase mais crítica - até junho/julho. A Abit estima que haja oferta para fábricas atravessarem este período, mas houve quebra de safra em 2021/2022 e o algodão de qualidade superior está mais escasso.
Por enquanto, a indústria nacional não vê necessidade de importar algodão. A safra 2022/2023, estimada em 2,9 milhões de toneladas, deve chegar ao mercado em volumes maiores entre o fim de julho e o início de agosto, com a perspectiva de aliviar o quadro de suprimento interno. Para a safra 2022/2023, se confirmar esses números, deve dar um conforto de abastecimento local mas isso sempre exige que as empresas se antecipem, principalmente as maiores, em contratos que possam lhe garantir a quantidade e a qualidade necessárias. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.