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21/Dez/2022

Preços do algodão firmes com retração de negócios

O ritmo de comercialização de algodão em pluma tem perdido força, tendo em vista a retração gradativa dos agentes, diante da proximidade das festas de final de ano – muitos players já encerraram as negociações envolvendo algodão no spot nacional. Assim, produtores estão, agora, focados nas finalizações dos carregamentos da pluma já contratada, e poucos são os que têm necessidade de comercializar para fazer caixa. Do lado comprador, a maior parte das indústrias está fora do mercado, cautelosa nas decisões, diante das incertezas quanto aos cenários econômico e político. Mesmo em meio à baixa liquidez, os preços seguem firmes. Nos últimos sete dias, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, subiu 0,4%, para R$ 5,3176 por libra-peso. Na parcial de dezembro, o Indicador acumula alta de 0,9%. A média mensal parcial está 15,3% superior à paridade de exportação. Na parcial de dezembro, alguns agentes chegaram a demostrar maior interesse em negociações futuras, inclusive para as próximas safras (2022/2023 e 2023/2024), destinadas aos mercados interno e externo.

O Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) recuou 0,4%, nos últimos sete dias, para 98,50 centavos de dólar por libra-peso. Assim, as paridades de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) registram baixas de 0,7% em sete dias, para R$ 4,5569 por libra-peso (85,85 centavos de dólar por libra-peso no porto de Santos (SP) e R$ 4,5674 por libra-peso (86,05 centavos de dólar por libra-peso no de Paranaguá (PR). Os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) avançaram, influenciados pelo enfraquecimento do dólar e pela valorização do petróleo. Nos últimos sete dias, o contrato Março/2023 teve elevação de 5,9%, para 84,08 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, de 5,6%, para 83,96 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2023, de 5,5%, para 83,75 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2023, de 4,9%, para 82,16 centavos de dólar por libra-peso. Segundo dados da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), até o dia 15, o beneficiamento da safra 2021/2022 somava 98% da produção brasileira estimada.

Já para a safra 2022/2023, a semeadura no Brasil somava 16% da área esperada, também até o dia 15. Em 12 dias úteis de dezembro/2022, as exportações brasileiras de algodão em pluma somaram 97,5 mil toneladas, 63,7% abaixo do volume embarcado em todo o mês de novembro/2022 e 64% inferior à quantidade de dezembro/2021. A atual média diária de vendas externas está em 1,902 mil toneladas, contra 1,802 mil toneladas em dezembro/2021 (+5,6%). O preço médio está em 86,28 centavos de dólar por libra-peso na parcial de dezembro/2022, baixa de 2,9% no comparativo mensal (88,84 centavos de dólar por libra-peso), mas aumento de 5,6% no anual (81,73 centavos de dólar por libra-peso). Em novembro/2022, a despesa com as importações foi de US$ 414,7 milhões, retração de 6,7% frente ao mês anterior e recuo de 1,2% em relação a novembro/2021.

Entre janeiro e novembro deste ano, as despesas somaram US$ 4,585 bilhões, aumento de 14,1% frente às de igual período de 2021. A receita com as exportações, por sua vez, totalizou o segundo maior valor de 2022, a US$ 598,4 milhões em novembro/2022, baixa de 3,7% frente ao mês anterior, mas elevação de expressivos 59,6% em um ano. No acumulado de 2022, o montante soma US$ 4,319 bilhões, 14,1% a mais que o de janeiro a novembro de 2021 (US$ 3,786 bilhões). Assim, a balança comercial ficou superavitária em novembro/2022, em US$ 183,7 milhões, contra o saldo positivo de US$ 176,8 milhões no mês anterior (+3,9%) e superior ao déficit de US$ 44,9 milhões registrado em novembro/2021. No acumulado do ano (até novembro), o déficit é de US$ 265,8 milhões, sendo 15% maior que o registrado no mesmo período de 2021, de US$ 231,2 milhões. O mercado de caroço de algodão está em ritmo lento, com agentes priorizando os carregamentos dos contratos a termo deste ano de caroço, torta, farelo e/ou óleo de algodão.

No geral, players estão postergando novas negociações para 2023. Quanto aos preços, a média do caroço no mercado spot na parcial de dezembro/2022 em Lucas do Rio Verde (MT) é de R$ 1.140 a tonelada, quedas de 1,6% em relação ao mês anterior e de 19,4% sobre o de novembro/2021 (R$ 1.415,26 a tonelada), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de novembro/2022. Na Bahia (BA), a média está em R$ 1.597,50 a tonelada, retrações de 1,2% frente à do mês anterior e de 12,8% se comparada à do mesmo período de 2021. Em São Paulo (SP), a média recuou apenas 0,4% no mês e 15,5% no ano, a R$ 1.660,35 a tonelada na parcial de dezembro/2022. Já em Primavera do Leste (MT), a média subiu 4,5% na comparação mensal, mas caiu 20,7% na anual, indo para R$ 1.244,68 a tonelada em dezembro/2022. Em Campo Novo do Parecis (MT), a média foi de R$ 1.234,22 a tonelada, elevação de 9,2% frente à de novembro/2022, mas recuo de 10,8% em relação à de dezembro/2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.