16/Dez/2022

A proximidade do fim do ano e o início das férias coletivas em indústrias reduziu a procura por algodão em pluma no mercado disponível. Além disso, a dificuldade de encontrar caminhão para este período do ano também reduz o interesse por novas negociações no spot. Os produtores, por sua vez, estão sem interesse em realizar novas vendas, capitalizados e com bom volume da safra já comprometido. Os preços do algodão no Brasil seguem em alta. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 5,36 por libra-peso, com ganho acumulado de 1,70% no mês. Chamou a atenção nos dados semanais de exportação dos Estados Unidos o grande volume de cancelamentos por parte da China que, caso persistam, corroboram para uma queda nas cotações.

É válido ressaltar, entretanto, que as cotações internacionais do algodão nos patamares atuais tendem a desestimular a produção global no próximo ano safra, o que, combinado com uma possível melhora da economia no futuro, poderá dar algum fôlego para as cotações à frente. No Brasil, há relatos de produtores revisando para baixo a área a ser plantada na safra 2022/2023 em relação ao previamente esperado. As cotações locais tenderão a seguir as paridades de exportação com as movimentações na Bolsa de Nova York e a taxa de câmbio sendo fundamentais para a formação dos preços locais. Segundo o Conselho Consultivo Internacional do Algodão (Icac), a produção mundial de algodão deve somar 25,09 milhões de toneladas na temporada 2022/2023, que começou oficialmente em agosto. O volume representa aumento de 0,52% ante a estimativa para a temporada 2021/2022, de 24,96 milhões de toneladas.

O consumo global em 2022/2023 deve cair 7,24% ante a temporada anterior, para 23,84 milhões de toneladas. As exportações devem diminuir 4,19%, para 9,38 milhões de toneladas. Os estoques finais devem aumentar 6,32%, para 21,04 milhões de toneladas. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estimou uma queda de 3% no custo operacional total do algodão em 2023/2024 em Mato Grosso, para R$ 18.302,89 por hectare, puxada pelo recuo nos preços de fertilizantes, embora contrabalançado pelo aumento em sementes e defensivos. Quanto à comercialização, ainda não há volumes contabilizados. O produtor ainda está cauteloso para negociar a próxima safra, esperando para ver se há uma queda nos custos de produção para definir as suas negociações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.