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09/Dez/2022

Preço do algodão segue firme no mercado interno

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) está otimista com a recuperação da produção de algodão na safra 2022/2023, que está sendo plantada. Até o momento, a seca observada em Mato Grosso e as chuvas em excesso na Bahia ainda não despertam temor sobre o desempenho da safra. A falta de umidade ainda não preocupa. É preciso chuvas razoáveis, mas não em excesso para não prejudicar a colheita da soja em Mato Grosso e nem o pós plantio na Bahia, e nem muito frequentes para evitar doenças. A estimativa é de aumento de 18% na produção, para 2,95 milhões de toneladas de algodão em pluma. Deve haver crescimento de 1,3% na área plantada com a pluma no ciclo 2022/2023, para 1,658 milhão de hectares. Até o dia 1º de dezembro, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia haviam iniciado o plantio da fibra.

O plantio de algodão tende a ser realizado em um bom calendário tomando como base a evolução da semeadura da soja. Olhando a janela atual de soja, os rendimentos devem ser melhores que no ciclo 2021/2022, o que vai restabelecer a produtividade de dois anos atrás. Em Mato Grosso, a área das lavouras ocupadas pela fibra deve se manter ou subir até 5%. Haverá uma ideia mais clara em torno de 15 a 20 de janeiro, quando a maior parte da área já estiver implantada. O crescimento ou não da área dependerá também das chuvas, se permitirão a colheita rápida da soja e o plantio de algodão ainda em boa janela em janeiro. Entrar com semeadura em fevereiro é prejuízo certo. O mercado deve continuar forte no primeiro trimestre de 2023 para que o produtor tenha incentivo para mais investimento em adubação, controle de pragas e termos uma safra com boa produtividade.

Em relação ao impacto dos preços futuros sobre a área semeada, a decisão de área dos produtores já está tomada. O preço teria que avançar muito para produtor deixar de plantar milho para semear algodão. É mais fácil, se preço cair, haver migração de algodão para milho, mas praticamente 95% das decisões já estão tomadas com insumos garantidos. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) manteve as previsões de área plantada e produção de algodão em Mato Grosso na safra 2022/2023. A área plantada foi estimada em 1,18 milhão de hectares, estável ante o ciclo anterior. Incertezas quanto a economia mundial, que afeta diretamente no consumo global da fibra, em conjunto com a continua desvalorização no preço da pluma nos últimos meses, podem continuar desmotivando a decisão final do produtor no que tange a área total que será destinada ao algodão na safra 2022/2023.

Cerca de 98% das áreas poderão ser semeadas dentro da janela considerada ideal para o plantio da cultura caso as condições climáticas favoreçam o período da colheita da soja no Estado. Em relação a produtividade média para Mato Grosso, a previsão permanece em 278,26 arrobas por hectare, incremento de 12,27% na comparação com a safra 2021/2022. Contudo, o ritmo do plantio, o percentual plantado dentro do período considerado ideal para o desenvolvimento da cultura, as condições climáticas e possíveis ocorrências de pragas e doenças serão determinantes para a produtividade final do ciclo. A previsão de produção em Mato Grosso foi mantida em 2,046 milhões de toneladas de algodão em pluma, mesmo volume previsto no mês anterior, mas 12,87% acima do ciclo anterior.

Os preços no Brasil, apesar de recuarem nos três últimos dias, seguem firmes acima de R$ 5,30 por libra-peso. O ganho no mês até o momento é de 0,57%. Dificuldades em aprovar os lotes disponíveis, a disparidade entre os preços de agentes e o foco no cumprimento dos contratos a termo mantêm baixa a liquidez interna de algodão em pluma. As indústrias utilizam a pluma de estoque e/ou de contratos a termo ou adquirem apenas pequenos volumes para necessidades imediatas, enquanto os vendedores estão firmes nos preços pedidos, atentos às altas recentes na Bolsa de Nova York. Os produtores também mostram preferência em realizar negócios apenas a partir de janeiro/2023, apostando em intensificação do atual movimento de elevação dos preços, fundamentados na entressafra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.