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07/Dez/2022

Tendência de preços firmes no mercado doméstico

Dificuldades em aprovar os lotes disponíveis, a disparidade entre os preços de agentes e o foco no cumprimento dos contratos a termo mantêm baixa a liquidez interna de algodão em pluma. Apesar disso, os preços da pluma seguem avançando, tendo como suporte as valorizações externas. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 0,24% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,33 por libra-peso. No acumulado de novembro, a alta foi de 4,51%, e neste começo de mês, de 1,2%. A média mensal está 14,5% superior à paridade de exportação. Os vendedores estão firmes nos preços pedidos, atentos às altas na Bolsa de Nova York. Os produtores também mostram preferência em realizar negócios apenas a partir de janeiro/2023, apostando em intensificação do atual movimento de elevação dos preços, fundamentados na entressafra. Os compradores, sobretudo indústrias, utilizam a pluma de estoque e/ou de contratos a termo.

Demandantes ativos adquirem apenas pequenos volumes para necessidades imediatas, alegando dificuldades no repasse dos reajustes de preços aos manufaturados. Para o mercado de fios, alguns agentes indicam ser preciso realizar reajustes negativos nos preços para conseguir fechar negócios. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,74 por libra-peso (89,92 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,75 por libra-peso (90,12 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão em alta, influenciados pela valorização do petróleo (que tende a diminuir a competitividade da fibra sintética) e pela desvalorização do dólar (que pode levar compradores estrangeiros a adquirir a commodity dos Estados Unidos). Além disso, depois de novas restrições para conter a Covid-19, a China deve iniciar uma abertura da economia, o que também dá suporte aos valores.

O contrato Dezembro/2022 tem alta de 5,91% nos últimos sete dias, indo para 84,94 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2023 registra avanço de 6,22% no mesmo comparativo, a 83,86 centavos de dólar por libra-peso; o Maio/2023, 6,17%, a 83,23 centavos de dólar por libra-peso; e o Julho/2023, alta de 6,28%, a 82,59 centavos de dólar por libra-peso. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 42,4% da safra brasileira 2021/2022 e 18,5% da 2022/2023 teriam sido comercializadas até o dia 6 de dezembro. Vale considerar que, nas cinco temporadas anteriores, foram registrados e confirmados, em média, 60,3% da produção nacional. Em volume, na safra 2021/2022, foram registradas 1,081 milhão de toneladas, sendo 513,7 mil toneladas para o mercado interno, 480,35 mil toneladas para o externo e 86,67 mil toneladas como contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a 2022/2023, 549,94 mil toneladas tiveram registros confirmados, sendo a maior parte para exportação (271,132 mil toneladas), seguida pelo mercado interno (com 216,1 mil toneladas) e contratos flex (62,57 mil toneladas).

Em Mato Grosso, informações divulgadas no dia 7 de novembro pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 84,26% da produção 2021/2022 do Estado e 51,5% da próxima safra já teriam sido comercializadas. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) apontam que, até o dia 1º de dezembro, o beneficiamento da safra 2021/2022 somava 96% da produção. Em Mato Grosso, 98% da produção esperada havia sido beneficiada; na Bahia, 94%; em Goiás, 99%; em Minas Gerais, 99%; em Mato Grosso do Sul, 99%; e no Maranhão, 68%. Para a safra 2022/2023, também até o dia 1º de dezembro, a semeadura em Minas Gerais estava em 60% da área estimada; em Goiás, 24%; em São Paulo, 9%; na Bahia, 7%; no Piauí, 2%; e em Mato Grosso do Sul, apenas 1%. Assim, no Brasil, 3% da área esperada havia sido semeada até o início deste mês. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.