10/Ago/2022
Depois de o mercado de algodão em pluma registrar maior movimentação na última semana de julho, o ritmo de negócios está enfraquecido neste começo de agosto. Esse cenário está atrelado à retração de parte dos agentes e à dificuldade em se acordar preço e qualidade dos lotes disponibilizados no mercado. No balanço, a posição firme de vendedores acabou prevalecendo, o que mantém firmes os valores da pluma. Focados no cumprimento de contratos a termo, os produtores disponibilizam poucos lotes no spot, sobretudo os que já estão com boa parte da produção comercializada. Há aumento nos valores dos fretes e dificuldades em encontrar caminhões para o carregamento da pluma, uma vez que há concorrência com o carregamento de grãos. Do lado comprador, boa parte das indústrias utiliza seus estoques e/ou a pluma de contratos a termo, fazendo novas aquisições apenas de forma pontual. Alguns compradores buscam algodão de melhor qualidade e relatam dificuldade em encontrar as características desejadas.
Além disso, empresas estão focadas nas vendas de seus manufaturados, mesmo com a recente desvalorização da matéria-prima, a maioria dos produtos foi feita com a pluma adquirida a valores superiores. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, tem avanço de 0,89% nos últimos sete dias, a R$ 6,03 por litro. Na parcial do mês, o Indicador acumula alta de 0,75%. Neste início de agosto, o preço no Brasil ficou, em média, 13,5% superior à paridade de exportação. Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que 61% da área brasileira da safra 2021/2022 havia sido colhida até o dia 4 de agosto. Quanto ao beneficiamento da nova temporada, deve somar 23% do total da produção. Em Mato Grosso, especificamente, 18% da produção esperada havia sido beneficiada e na Bahia, 38%, também até o dia 4 de agosto. Quanto ao percentual comprometido, especificamente, para o maior produtor nacional, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou em relatório divulgado no dia 8 de agosto que 77,89% da safra 2021/2022 havia sido comercializada, contra 75,71% no mês anterior.
Para a temporada 2022/2023, a comercialização está em 43,07%, acima do observado em agosto/2021 (referente à safra 2021/2022), de 34,61%. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 5,05 por libra-peso (98,75 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 5,06 por libra-peso (98,95 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2022 tem valorização de 1,29% nos últimos sete dias, a 101,58 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2022 registra alta de 1,63% no mesmo período, indo para 95,59 centavos de dólar por libra-peso, o Março/2023 apresenta avanço de 2,03%, a 93,33 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2023 tem alta de 2,14%, a 91,97 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.