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01/Jun/2022

Tendência de preço do algodão sustentado no País

O preço do algodão em pluma esteve predominantemente em alta ao longo de maio, chegando a renovar o recorde nominal da série histórica por diversos momentos, sendo o último no dia 18 de maio, quando o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento 8 dias, chegou a R$ 8,18 por libra-peso. Assim, no acumulado do mês de maio, o Indicador subiu 9%. Foi o terceiro mês consecutivo de avanço. A sustentação veio sobretudo da posição firme de vendedores, que detêm baixa disponibilidade da pluma da safra 2020/2021 no spot, especialmente de qualidade. Estes agentes estão atentos às lavouras da próxima temporada. Neste caso, já foram captadas algumas negociações no estado de São Paulo envolvendo lotes da safra 2021/2022 ao longo de maio. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 26 de maio, 0,8% da área nacional havia sido colhida. No Paraná, 89% da área foi colhida; em São Paulo, 39%; em Mato Grosso do Sul, 2%, e, em Goiás, 1,6%.

Do lado comprador, algumas indústrias se mantêm fora de mercado, usando estoque e/ou a pluma de contratos a termo. Há relatos de dificuldades no repasse de novos reajustes aos manufaturados. Diante da liquidez enfraquecida ao longo da cadeia têxtil, empresas também reduzem a produção. Ainda assim, ao longo de maio, os compradores buscaram garantir a matéria-prima, principalmente a pluma da próxima safra, para recebimento ao longo do segundo semestre deste ano. Nos últimos dias do mês passado, contudo, os valores da pluma se enfraqueceram, devido à maior flexibilidade de parte dos vendedores, sobretudo de algumas tradings. Esses agentes foram influenciados pelas desvalorizações externa e do dólar e, consequentemente, pela queda da paridade de exportação. Assim, o Indicador CEPEA/ESALQ registra recuo de 0,72% nos últimos sete dias, cotado a R$ 8,04 por libra-peso. A média de maio do Indicador (até o dia 30 de maio), de R$ 7,95 por libra-peso, ficou 11,5% acima da paridade de exportação e continua como a maior da série do Cepea, em termos nominais.

Em termos reais (atualizados pelo IGP-DI de abril/2022), a média é a mais alta desde abril de 2011 (R$ 9,00 por libra-peso), sendo também 9,96% superior à média de abril/2022 e 35,93% maior que a de maio/2021. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,60 por libra-peso (139,10 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,61 por libra-peso (139,32 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, nos últimos dias, os quatro primeiros contratos registraram queda. Entre 29 de abril e 27 de maio, o vencimento Julho/2022 se desvalorizou 4,26%, fechando a 139,42 centavos de dólar por libra-peso. No dia 30 de maio foi feriado nos Estados Unidos (Memorial Day). O contrato Outubro/2022 subiu 1,47% no período, indo para 130,55 centavos de dólar por libra-peso, Dezembro/2022 avançou 0,72%, a 122,95 centavos de dólar por libra-peso, e o Março/23, 1,02%, a 118,73 centavos de dólar por libra-peso.

O Cotton Outlook, em relatório divulgado no dia 27 de maio, estimou produção mundial da safra 2021/2022 em 25,274 milhões de toneladas, queda de 1,1% frente aos dados de abril/22, pressionada pelas retrações de 3,1% no volume produzido na Índia e de 3,5% no Brasil. Para a temporada 2022/2023, houve diminuição de 1,9% no comparativo com o relatório anterior, mas alta de 4,4% frente à safra passada, chegando a 26,39 milhões de toneladas. No caso do Brasil, a produção em 2022/2023 deve ser 3,6% maior que a anterior. O consumo mundial na safra 2022/2023 foi estimado para cair 1,8% frente aos dados do relatório anterior, mas ainda registra alta de 0,9% frente à safra passada, para 25,92 milhões de toneladas. O consumo brasileiro está estimado em 750 mil toneladas, 3,4% superior ao da temporada 2021/2022 (725 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.