27/Mai/2022
A negociação de algodão no disponível segue travada pela dificuldade de repasse do custo da fibra por parte das fiações diante das vendas fracas de produtos têxteis no varejo. Os preços são sustentados pela firmeza do contrato julho na Bolsa de Nova York e pela escassez de ofertas na entressafra. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 8,12 por libra-peso. No mês, o ganho acumulado é de 9,99%. Persiste o relato das fábricas de suspensão de parte dos turnos e volta às compras só após a colheita da safra 2021/2022. O grande problema é o consumo na ponta final, pois a compra de têxtil está parada. Se não vende roupas, cama, mesa e banho, a fábrica não produz, e isso tem um efeito em toda cadeia.
Os compradores aguardam a expiração do contrato julho em virtude da grande diferença para o dezembro na expectativa de que os preços cedam. Aquisições por necessidade urgente ocorrem pelo menos por Esalq para algodão 41.4. Para a safra 2021/2022, as fábricas têm preferido esperar o vencimento do contrato julho, na expectativa de obter a fibra por níveis mais próximos de R$ 6,00 por libra-peso na época da colheita e beneficiamento. Para exportação, os compradores indicam 1 mil pontos acima do contrato dezembro por algodão 31.4 FOB no Porto de Santos (SP), para entrega de agosto a dezembro. Mas, os produtores estão vendidos e querem esperar.
Há reportes de falta de chuva na Bahia e em Mato Grosso, então os produtores aguardam a colheita. Há algum interesse de venda por volta de R$ 7,20 por libra-peso posto na Região Sudeste. Quanto à temporada 2022/2023, as indicações de compra estão 100 pontos acima ou sem diferença para cima ou para baixo em relação ao contrato dezembro do ano que vem FOB no Porto de Santos (SP), proposta que não tem atraído interesse de venda. Os produtores argumentam que esse valor não dá margem, porque o custo está em alta. Além disso, há preocupação com os preços dos fertilizantes mais à frente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.