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25/Mai/2022

Tendência de alta para algodão no mercado interno

O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma se aproximou dos R$ 8,20 por libra-peso na semana passada, mas o movimento de alta perdeu intensidade, devido às desvalorizações do dólar frente ao Real e dos contratos externos e à queda na paridade de exportação. Esse cenário fez com que alguns vendedores, como tradings, ofertassem a pluma no spot nacional a valores menores. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma se mantém estável (-0,01%) nos últimos sete dias, cotado a R$ 8,10 por libra-peso. No dia 18 de maio, especificamente, atingiu R$ 8,18 por libra-peso. No entanto, na parcial de maio, a alta é de expressivos 9,81%. Também na parcial de maio, o Indicador está, em média, 8,8% acima da paridade de exportação.

Apesar de parte dos vendedores se mostrar mais flexível nesses últimos dias, muitos produtores ainda estão firmes, indicando estar capitalizados e com baixa disponibilidade de pluma no spot. Alguns produtores relatam não ter mais algodão. Parcela das regiões do estado de São Paulo já vem colhendo a safra 2021/2022 há algumas semanas e, assim, alguns lotes em pequenos volumes vêm sendo disponibilizados. Do lado comprador, boa parte das indústrias ainda segue fora de mercado, diante do elevado preço da pluma e da dificuldade do repasse dos custos aos manufaturados. Empresas utilizam o que têm em estoque e adquirem a matéria-prima de forma pontual, apenas para atender à necessidade imediata.

Algumas indústrias reduziram o consumo, devido ao menor desempenho das vendas nos últimos meses. Enquanto a comercialização no spot segue lenta, os fechamentos envolvendo a pluma da safra 2021/2022 está mais aquecida. Os compradores buscam garantir algum volume, principalmente a partir de julho. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 7,01 por libra-peso (145,78 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 7,02 por libra-peso (146,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Julho/2022 registra desvalorização de 5,24% nos últimos sete dias, cotado a 142,75 centavos de dólar por libra-peso; e o Outubro/2022 tem recuo de 5,01% no mesmo período, indo para 132,61 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Dezembro/2022 apresenta baixa de 5,25% nos últimos sete dias, a 125,98 centavos de dólar por libra-peso, e o Março/2023 tem baixa de 4,3%, a 121,78 centavos de dólar por libra-peso. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 45,8% da safra brasileira 2020/2021 e 28,9% da 2021/2022 teriam sido comercializados até o dia 24 de maio. Vale considerar que, nas cinco temporadas anteriores, foram registrados, em média, 86,9% da produção nacional. Em volume, na safra 2020/2021, foram registradas 1,08 milhão de toneladas, sendo 504,3 mil toneladas para o mercado interno, 476,7 mil toneladas para o externo e 99,7 mil toneladas como contratos flex (exportação com opção para mercado interno). Para a safra 2021/2022, 813,8 mil toneladas tiveram registros confirmados, sendo a maior parte para exportação (428,7 mil toneladas), seguida pelo mercado interno (com 301,2 mil toneladas) e contratos flex (83,85 mil toneladas).

De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em relatório divulgado no dia 13 de maio, 99% da safra 2020/2021 já teria sido comercializada pelo produtor; para a temporada 2021/2022, ao menos 72% foram comercializados. Em Mato Grosso, especificamente, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgados no dia 9 de maio apontam que 99,53% da produção 2020/2021, 70,06% da próxima e 28,27% da 2022/2023 já teriam sido comprometidas no Estado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 15 dias úteis de maio, as exportações de algodão em pluma somaram 49,7 mil toneladas, 63,5% abaixo do volume embarcado em todo o mês de abril/2022 e 56,9% inferior ao de maio/2021. A atual média diária está em 3,31 mil toneladas, contra 5,49 mil toneladas em maio/2021 (-39,7%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.