11/Mai/2022
O movimento de alta nos preços do algodão em pluma segue firme no Brasil, e o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, vem renovando as máximas nominais de forma consecutiva. Diante disso, o Indicador já se aproxima dos R$ 7,80 por libra-peso. O suporte vem da postura firme de vendedores, que continuam pedindo preços acima dos ofertados por compradores. Esses vendedores estão atentos à valorização do dólar frente ao Real e ao atual patamar da paridade de exportação. Além disso, a oferta de algodão, sobretudo de qualidade, da safra 2020/2021 vem se reduzindo, o que leva os compradores com necessidade imediata a ceder e pagar valores maiores em novas aquisições pontuais no spot. Quanto à nova safra, apenas poucos lotes pontuais, especialmente de São Paulo, começam a ser disponibilizados no spot nacional, com agentes no aguardo do avanço da colheita e do beneficiamento.
Diante desse cenário, a maior parte dos compradores posterga a realização de novos contratos, utilizando o produto em estoque. Ainda há dificuldades das vendas e no repasse dos valores aos manufaturados. Há casos de indústrias que já pediram prorrogação e/ou adiamento das entregas dos contratos a termo. Comerciantes, por sua vez, priorizam a realização de novos negócios “casados”. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 3,84% nos últimos sete dias, cotado a R$ 7,79 por libra-peso, máxima nominal da série histórica do Cepea. Na parcial de maio, a alta é de 5,53%. Até o dia 9 de maio, o Indicador estava, em média, 2,3% acima da paridade de exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 7,57 por libra-peso (147,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 7,59 por libra-peso (147,21 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os contratos estão pressionados pelo fortalecimento do dólar no mercado internacional, que deixa a pluma norte-americana menos atraente a compradores estrangeiros, pela possível menor demanda da China, uma vez que o país asiático vem enfrentando novas medidas restritivas diante do surto de Covid-19, e pelo enfraquecimento do petróleo. Assim, o vencimento Julho/2022 tem desvalorização de 5,23% nos últimos sete dias, a 142,93 centavos de dólar por libra-peso e o Outubro/2022 registra baixa de 1,71% no mesmo período, indo para 130,18 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2022 apresenta recuo de 2,03% nos últimos sete dias, a 123,63 centavos de dólar por libra-peso; e o Março/2023 acumula que de 2,34% no mesmo período, a 118,51 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Maio/2022, que se encerrou no dia 6 de maio, caiu 3,58% de 29 de abril a 6 de maio, fechando a 146,87 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de algodão em pluma somaram 135,97 mil toneladas em abril/2022, volume 26,8% menor que o do mês anterior e 23,2% inferior ao de abril/2021. De agosto/2021 até abril/2022, o Brasil embarcou 1,52 milhão de toneladas. O faturamento em abril foi de US$ 306,6 milhões, queda de 16,4% no comparativo mensal, mas ligeiro aumento de 1,9% no anual. Em moeda nacional, o faturamento chegou a R$ 1,46 bilhão, considerando-se a média do dólar, a R$ 4,75. O preço de exportação de abril/2022 esteve em 102,29 centavos de dólar por libra-peso (R$ 4,86 por libra-peso), altas de 14,2% frente ao valor de março/2022 e de 32,7% em relação ao de abril/2021. Em Reais, a receita média ficou 32,5% inferior à praticada no spot nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.