20/Abr/2022
As expressivas altas nos preços internacionais e a elevação na paridade de exportação fizeram com que os valores do algodão em pluma voltassem a subir no Brasil. Atentos a esse cenário, os vendedores estão mais firmes e/ou aumentam os valores indicados pelos lotes disponibilizados no spot, sobretudo para a pluma de maior qualidade. O Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 0,93% nos últimos sete dias, cotado a R$ 7,22 por libra-peso. Na parcial de março, o Indicador ainda registra baixa, de 0,44%. Na parcial de abril, o Indicador registra média 14% acima da paridade de exportação. Os vendedores, especialmente produtores, já têm boa parte da pluma da safra 2020/2021 comprometida em contratos a termo, e, agora, estão atentos ao desenvolvimento da safra 2021/2022, que, até o momento, está bom.
Os compradores, por sua vez, tentam negociar lotes a preços abaixo dos indicados por vendedores, e essa disparidade no valor, e também da qualidade, limita a liquidez no spot. O fato é que agentes de indústria estão com dificuldades de absorver novas valorizações da matéria-prima e de repassá-las aos seus produtos finais. Algumas empresas operam com capacidade reduzida e apenas uma parcela relata pequena melhora nas vendas de fios em abril frente ao mês anterior. Segunda a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 10 dias úteis de abril, as exportações de algodão em pluma somaram 70,27 mil toneladas, 62,2% abaixo do volume embarcado em todo o mês de março/2022 e 60,3% inferior ao de abril/2021. O faturamento até a terceira semana de abril está em US$ 155,2 milhões, quedas de 57,7% no comparativo mensal e de 48,4% no anual.
Em moeda nacional, o faturamento está em quase R$ 726,7 milhões, considerando-se a média do dólar, a R$ 4,68. O preço de exportação na parcial de abril está em 100,18 centavos de dólar por libra-peso, altas de 11,8% frente ao preço de março/2022 e de 29,9% em relação ao de abril/2021, atrás somente do valor registrado no início da série histórica da Secex, de janeiro de 1996 (de 109,59 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, a média de abril/2022 está em R$ 4,69 por libra-peso, 5,5% maior que a do mês anterior e elevação de 9,3% sobre a de abril/2021. A média da pluma exportada até a terceira semana de abril/2022 esteve 34,7% abaixo do valor praticado no mercado interno (Indicador). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,52 por libra-peso (140,13 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,53 por libra-peso (140,35 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos acumulam altas nos últimos sete dias e atingiram, na segunda-feira (18/04), os maiores valores desde suas respectivas aberturas. Essas elevações estão atreladas ao avanço do preço do petróleo e ao recuo do dólar no mercado internacional, uma vez que ambos tendem a aumentar a demanda pela fibra norte-americana, além da expectativa de menor oferta diante da falta de chuva em áreas de cultivo dos Estados Unidos. Dessa forma, o vencimento Maio/2022 tem valorização de 6,98% nos últimos sete dias, cotado a 144,74 centavos de dólar por libra-peso; o Julho/2022 registra aumento de 7,34% no mesmo período, indo para 143,25 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2022 registra alta de 5,35% nos últimos sete dias, a 129,46 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2022 tem avanço de 4,97%, a 123,47 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.