18/Abr/2022

A colheita de algodão da safra 2021/2022 começou no sudoeste da Bahia na semana passada. A conclusão do ciclo veio um pouco antes do esperado graças ao clima. Segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), as chuvas ajudaram no desenvolvimento da safra e pararam antes do esperado, favorecendo o início da colheita. Os produtores do oeste da Bahia devem colher o algodão a partir do fim de junho. A área a ser colhida no sudoeste é pequena, 5,945 mil hectares contra 301,707 mil hectares no oeste, mas a perspectiva é de rendimento acima do ano passado devido a uma combinação de chuvas acima da média e melhor manejo da cultura. Há relatos de produtividades de 260 arrobas por hectare, mas a média deve ficar entre 180 e 200 arrobas por hectare. O algodão na região é cultivado por pequenos produtores, enquanto no oeste predomina a agricultura de porte empresarial.

No oeste da Bahia, a perspectiva é de manutenção da produtividade ante a temporada anterior. A região teve boas chuvas para o plantio, chegou a enfrentar um período seco durante o desenvolvimento, mas recebeu precipitações generalizadas em abril, o que foi positivo para as lavouras. A estimativa é de que entre 70% e 80% da produção esperada esteja comercializada. Para a safra 2022/2023, por enquanto a perspectiva é de manutenção de área. De um lado, os custos de produção estão mais altos, de outro, há mercados já conquistados a manter. A estimativa é de que 65% dos fertilizantes tenham sido adquiridos e parte disso já está nas fazendas. No mercado brasileiro, a negociação é lenta no disponível. Há um movimento na Bolsa de Nova York de investidores apostando em commodities e levando o preço para cima e, no Brasil, há dificuldade de transferir os preços do algodão para o fio.

Assim, há uma forte disputa entre os agentes quanto ao preço. Enquanto as ofertas estão na faixa de R$ 7,00 por libra-peso, as fiações indicam R$ 6,00 por libra-peso. Há uma diferença grande entre o que comprador precisa pagar pelo algodão e quanto consegue vender pelo fio. As fábricas podem deixar de comprar, optando por consumir estoques ou até reduzir turnos. Além disso, há a questão da qualidade, já que algodão fino para fazer fio penteado está escasso. As ofertas para a safra nova, com entrega a partir de agosto, estão entre R$ 6,30 e R$ 6,35 por libra-peso, mas as fábricas consideram esses valores altos após terem comprado volumes entre R$ 6,05 a 6,20 por libra-peso um mês antes. Agora, indicam entre R$ 6,00 e R$ 6,10 por libra-peso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.