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07/Abr/2022

Preços do algodão firmes e comercialização fraca

A comercialização antecipada de algodão no Brasil teve avanços na última semana, tanto da safra 2021/2022, que está em desenvolvimento no campo, quanto da 2022/2023, que começa a ser plantada no fim do ano. No mercado spot, contudo, a movimentação é baixa, com pouco interesse de compra da indústria e baixo volume sendo ofertado. O preço segue firme. Após alta de 5,41% em março, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias, registra recuo e está cotado a R$ 7,17 por libra-peso, abaixo do recorde de R$ 7,27 por libra-peso atingido no dia 29 de março. A negociação no disponível é lenta, com pouco algodão da safra 2020/2021 por negociar. A indústria não está com demanda firme e vem com apetite bem moderado para novas compras. O baixo crescimento da economia tem influenciado nas vendas de têxteis, o que por sua vez enfraqueceu o consumo de algodão por parte da indústria. O preço de algodão muito alto torna difícil o repasse de custo da matéria-prima para o produto final.

Além do pouco interesse de compra para pronta entrega, algumas fábricas estão reduzindo turnos e dando férias coletivas para parte do quadro. A referência de compra no disponível é de R$ 7,15 por libra-peso. As ofertas neste momento vêm de produtores, tradings e comerciantes, mas muitos lotes que chegam ao mercado têm característica inferior de qualidade. São poucas fábricas atuando na ponta compradora e os volumes buscados são baixos. Com esse cenário de dificuldade de vendas, preço de matéria-prima alto e algumas indústrias já abastecidas, não deve ter mudança por parte de compradores até metade do ano. O interesse é maior para entregas a partir do segundo semestre, tanto para consumo doméstico como para venda externa. No caso do mercado interno, há registro de negócios para entrega no segundo semestre de 2022 e começo de 2023 nos últimos sete dias entre R$ 6,00 e R$ 6,20 por libra-peso, em fábrica da Região Sudeste. As ofertas são, em sua maioria, de tradings, mas também surgem lotes de produtores.

Há interesse de compra para exportação para entrega no segundo semestre por 700 a 800 pontos acima do vencimento dezembro de 2022 na ICE Futures ou, a preço fixo, em ambos os casos FOB no Porto de Santos (SP). Os Produtores, todavia, já têm um percentual elevado de venda antecipada da safra 2021/2022 e aguardam, tanto em Mato Grosso como na Bahia, chuva em abril para ter maior segurança sobre produtividade antes de fechar novos negócios. Apesar do preço atrativo, o produtor não tem fechado muitos negócios. Para a safra 2022/2023, ocorrem alguns acordos. Os produtores aproveitaram a elevação recente dos futuros e do basis para fechar vendas da semana passada por 600 a 700 pontos acima do contrato dezembro de 2023 na Bolsa de Nova York e por entre 93,00 e 95,00 centavos de dólar por libra-peso, em ambos os casos FOB no Porto de Santos (SP) para embarque a partir do segundo semestre do ano que vem. Os preços médios do algodão em pluma atingiram em 29 de março a máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996 (R$ 7,27 por libra-peso).

A média mensal, de R$ 7,04 por libra-peso de março também foi recorde e a maior, em termos reais, desde abril de 2011. O impulso veio da posição firme de vendedores, atentos às elevações dos valores internacionais e da paridade de exportação. Além disso, boa parte da produção de 2020/2021 já está comprometida em contratos a termo, especialmente a pluma de qualidade superior. Na ponta compradora, boa parte segue sem interesse para novas aquisições, trabalhando apenas com estoques e/ou com pluma recebida de contratos a termo, mas compradores com necessidade imediata tiveram que ceder e pagar valores mais altos, principalmente para pluma de qualidade superior e/ou já aprovada na indústria. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) elevou as suas projeções de área plantada e produção de algodão em 2021/2022 em Mato Grosso. A área total da cultura passou a ser estimada em 1,117 milhão de hectares, incremento de 1,26% ante a estimativa anterior e de 16,13% em relação à safra 2020/2021. São 150,95 mil hectares destinados à 1ª safra e 966,31 mil hectares à 2ª safra.

O acréscimo foi influenciado, principalmente, pela valorização dos preços da pluma na Bolsa de Nova York, uma vez que os estoques mundiais da fibra estão limitados. Com as boas perspectivas climáticas para os meses de abril e maio, a projeção para a produtividade média do Estado foi mantida em 290,90 arrobas por hectare (4,36 mil quilos por hectare), incremento de 4,76% ante o observado na safra 2020/2021. A perspectiva de produção de algodão em pluma foi elevada de 1,992 milhão de toneladas para 2,018 milhões de toneladas em 2021/2022, 20,82% acima do ciclo anterior. Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em baixa nesta quarta-feira (06/04). O mercado foi pressionado pelo enfraquecimento do petróleo, que melhora a competitividade de fibras sintéticas e pode desestimular a demanda por algodão. O vencimento maio da pluma cedeu 184 pontos (1,34%), e fechou a 135,69 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.