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31/Mar/2022

Comercialização segue lenta no mercado disponível

A negociação de algodão no mercado disponível é lenta, com a dificuldade de repasse do custo da fibra pelas fiações para os elos seguintes da cadeia têxtil. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 7,27 por libra-peso. O ganho no mês de março é de 5,72%. A negociação da safra 2021/2022 tem tido mais liquidez do que para pronta entrega. O disponível está parado. As fiações têm muito fio armazenado com as dificuldades de repasse. Os produtores que ainda têm algodão indicam no mínimo o Esalq para fechar acordos, e as fábricas que precisam adquirir volumes pagam isso para atrair ofertas. Outros elos da cadeia, contudo, têm dificuldade de absorver os custos altos. O aumento dos estoques de chão de fábrica fez indústrias segurarem compras.

Para entrega de agosto em diante nas Regiões Sul e Sudeste, há registro de negócios de produtores e tradings para indústrias entre R$ 6,05 e R$ 6,20 por libra-peso. No médio prazo, o algodão deve ter preços firmes. Para a safra 2022/2023, há registro de negócios por Esalq a fixar, para entrega de agosto a dezembro de 2023. Os produtores têm evitado acordos a preço fixo diante das incertezas internas, com a eleição presidencial, e externas, com a guerra Rússia-Ucrânia. As variáveis macro estão deixando o cenário futuro mais difícil de ler. O Rabobank projetou a produção brasileira de algodão em 2021/2022 em 2,85 milhões de toneladas. A estimativa de área plantada é de 1,6 milhão de hectares, incremento de 17% ante o ciclo anterior, e prevê produtividade dentro da linha de tendência.

No comparativo com a safra passada, a antecipação da colheita de soja possibilitou o bom andamento da semeadura do algodão de 2ª safra em Mato Grosso. Na Bahia, as lavouras também tiveram um desenvolvimento inicial dentro das expectativas, apesar do volume de chuvas acima do normal no início do ano. A elevação das cotações do petróleo em decorrência do conflito entre Rússia e Ucrânia sustentou os preços das fibras sintéticas, o que vem oferecendo suporte às cotações de algodão. O clima mais seco e a baixa umidade do solo em importantes regiões produtoras de algodão nos Estados Unidos, que logo começarão a plantar, também contribuem para os ganhos. Do lado da demanda, contudo, o consumo global da fibra deve cair 5% em 2022 ante o ciclo anterior, em virtude das elevadas cotações na ICE Futures, associadas a um menor desempenho econômico global.

Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em alta nesta quarta-feira (30/03) com o avanço do petróleo. Os ganhos no combustível fóssil pioram a competitividade de fibras sintéticas e podem estimular a demanda por algodão. O vencimento maio da pluma subiu 303 pontos (2,21%), para 139,84 centavos de dólar por libra-peso. O recuo do índice DXY do dólar (que mede as variações da moeda norte-americana frente a outras seis divisas relevantes) também impulsionou as cotações. Apesar da incerteza recente com a demanda chinesa, provocada pela adoção de um lockdown escalonado em Xangai, a China vem comprando mesmo com os fechamentos de portos e dificuldades domésticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.