25/Mar/2022
As negociações de algodão no mercado disponível ocorrem em ritmo lento. As indústrias consideram elevados os preços atuais e reportam dificuldade de repasse para fios, enquanto produtores e tradings ofertam a fibra por pelo menos Esalq. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 7,05 por libra-peso. A alta no mês é de 2,39%. Nos níveis atuais do Esalq raramente saem negócios. Com as altas recentes dos futuros na Bolsa de Nova York, os produtores, que já vinham firmes nas indicações, passaram a buscar valores mais altos.
Eles estão capitalizados após terem fechado negócios de soja e milho e não têm pressa para desovar o volume remanescente de algodão do ciclo 2020/2021 na entressafra. As fábricas que precisam se abastecer indicam perto de R$ 7,00 por libra-peso, mas esse valor, pelo câmbio atual, ficaria próximo ao que vem sendo praticado para entrega na Ásia. As fiações estão reclamando muito de venda, deve ir em ritmo lento até a entrada da safra. Até a chegada da safra 2021/2022, as indústrias devem avaliar se usam estoques, compram o mínimo necessário ou reduzem a produção.
Tradings oferecem algodão internamente a R$ 7,10 por libra-peso, mas o produtor segue firme no Esalq. A partir de julho já começam a entrar no mercado lotes da safra nova, mas volume de fibra de qualidade superior deve chegar em agosto. Quanto à negociação antecipada da safra 2021/2022, os compradores indicam entre R$ 6,15 e R$ 6,20 por libra-peso, para entrega a partir de agosto na Região Sudeste, ante os R$ 6,05 por libra-peso pelos quais rodaram lotes na semana passada. Nesta semana, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) revisou para cima a sua perspectiva de produção de algodão em 2021/2022 para 2,82 milhões de toneladas, ante 2,71 milhões de toneladas projetadas anteriormente. O novo número representa aumento de 19,6% ante o ciclo anterior.
De acordo com o terceiro levantamento da safra 2021/2022, realizado no início deste mês, a área plantada totalizou 1,579 milhão de hectares, 15,2% acima do ciclo anterior, e a produtividade foi estimada em 1.785 quilos por hectare (a segunda maior da história), aumento de 3,8% na comparação anual. O recorde ocorreu na temporada 2019/2020, quando as lavouras brasileiras atingiram a média de 1.802 quilos por hectare. Para 2022/2023, a indicação de compra era "even" (sem acréscimo ou decréscimo) ante o vencimento dezembro de 2023, porém os vendedores buscavam 300 pontos acima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.