23/Mar/2022
Depois de terem atingido a casa dos R$ 7,00 por libra-peso no início da semana passada, os preços internos do algodão em pluma se enfraqueceram nos dias seguintes e registraram pequenas quedas diárias. Entre o encerramento da última semana e o início desta, as cotações da pluma voltaram a reagir, influenciadas pelos avanços nos contratos da Bolsa de Nova York. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra alta de 0,27% nos últimos sete dias, cotado a R$ 7,04 por libra-peso. Na parcial de março, o aumento é de 2,27%. A média do Indicador na parcial deste mês está 16,1% acima da paridade de exportação.
No geral, a liquidez no spot nacional segue baixa, o que se deve à disparidade entre os preços de vendedores e compradores. Demandantes estão mais exigentes quanto à qualidade da pluma, desaprovando alguns lotes e pagando valores maiores em outros cujas características são melhores. Além do mais, vale considerar que os custos logísticos continuam sendo um ponto de atenção entre os agentes, uma vez que o valor do frete segue elevado. Indústrias relatam dificuldade nas vendas dos manufaturados ao longo da cadeia, devido ao enfraquecimento dos negócios no varejo. Essa baixa liquidez, somada à dificuldade no repasse dos custos aos produtos acabados, faz com que as empresas continuem oferecendo valores inferiores para novas aquisições.
Boa parte dos agentes compradores, principalmente fiações, tem optado por utilizar seu estoque em detrimento de fazer aquisições. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 6,00 por libra-peso (121,24 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e a R$ 6,01 por libra-peso (121,45 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos registraram expressivas altas nos últimos sete dias e atingiram os maiores valores desde suas respectivas aberturas na segunda-feira (21/03).
Os vencimentos estão sendo impulsionados pelo fortalecimento do petróleo no mercado internacional, pelo enfraquecimento do dólar frente às principais moedas, pelo aumento da demanda pela fibra norte-americana, principalmente da China, e pelo bom desempenho das exportações dos Estados Unidos. O vencimento Maio/2022 registra valorização de 9,46% nos últimos sete dias, a 130,01 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2022 tem avanço de 9,63%, indo para 126,21 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2022 apresenta alta de 6,58% no mesmo período, a 113,31 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2022 acumula valorização de 5,81%, cotado a 108,16 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.