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16/Mar/2022

Tendência de alta do algodão com vendedor retraído

A disputa entre vendedores e compradores quanto aos preços de negociação está acirrada no spot nacional, o que tem resultado em pequenas oscilações nos preços do algodão em pluma. Ao longo da última semana, o Indicador CEPEA/ESALQ operou entre R$ 6,95 e R$ 7,02 por libra-peso. Apesar disso, a posição firme de vendedores tem prevalecido e sustentado os valores de negociação. Atentos às valorizações do petróleo, os vendedores indicam preços maiores pela matéria-prima, mas os demandantes, de olho nas incertezas sobre o crescimento econômico, reduzem os valores das ofertas de compras. Assim, poucos são os compradores ativos no spot, até porque algumas indústrias relatam ter estoque elevado de manufaturado, já postergando o recebimento da matéria-prima contratada.

Também houve sinalização de casos de fiações que reduziram a produção. Esse cenário e o forte aumento nos valores dos fretes têm limitado novas efetivações. Agentes que fecharam negócios e que precisam contratar fretes para cumprimento de contratos a termo e/ou carregamento de comercialização no spot se mostram bastante preocupados com os custos logísticos. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra alta de 0,49% nos últimos sete dias, cotado a R$ 7,02 por libra-peso. Na parcial de março, a alta é de 1,99%. A média parcial do Indicador este mês está 16,5% acima da paridade de exportação. Dessa forma, com o enfraquecimento da paridade de exportação, algumas tradings chegam a disponibilizar lotes no mercado interno a preços mais competitivos que os de produtores.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 5,99 por libra-peso (116,82 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,00 por libra-peso (117,02 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Os primeiros contratos na Bolsa de Nova York estão em alta nos últimos sete dias, impulsionados pelo fortalecimento do petróleo no mercado internacional. O vencimento Maio/2022 apresenta valorização de 1,56% nos últimos sete dias, cotado a 118,77 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2022 tem avanço de 2,15%, indo para 115,12 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2022 registra alta de 1,6% no mesmo período, a 106,31 centavos de dólar por libra-peso, e o Dezembro/2022, tem aumento 1%, a 102,22 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Março/2022, que se encerrou no dia 9 de março, caiu 0,73% de 28 de fevereiro a 9 de março, a 121,67 centavos de dólar por libra-peso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 9 de março, estimou a produção mundial 2021/2022 em 26,095 milhões de toneladas, 7,2% acima do volume previsto na safra passada. O consumo mundial está projetado em 27,115 milhões de toneladas, elevação de 2,1% em relação ao da safra 2020/2021 e 3,9% superior à oferta global. As importações mundiais, por sua vez, devem recuar 5,7%, indo para 10,076 milhões de toneladas em 2021/2022. Para o Paquistão, o USDA indicou baixa de 3,6% frente aos dados de fevereiro e ligeiro recuo de 0,4% se comparados aos da safra 2020/2021, ficando em 1,15 milhão de toneladas na estimativa de março.

No caso da Turquia, por sua vez, houve alta de 1,9% no comparativo mensal, mas retração de 0,5% frente à safra anterior, também com projeção de 1,15 milhão de toneladas. As exportações globais podem somar 10,074 milhões de toneladas, queda de 4,6% frente à safra passada. De fevereiro para março, as exportações do Brasil tiveram retração de 2,4% e as da Índia, de 3,5%, projetadas em 1,74 milhão de toneladas e em 1,197 milhão de toneladas na safra 2021/2022, respectivamente. O estoque mundial deve ser de 17,978 milhões de toneladas, o menor desde a safra 2018/2019 e com quedas de 2,1% no comparativo mensal e de 5,4% frente à temporada 2020/2021. Vale considerar que a Índia teve baixa de expressivos 18,3% em seu estoque quando comparado com os dados de fevereiro e recuo de 32,7% frente ao dado de 2020/2021, podendo ficar em 1,75 milhão de toneladas, o menor desde 2016/2017.

Estimativa divulgada no dia 10 de março pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que a área brasileira na safra 2021/2022 deve ser de 1,6 milhão de hectares, aumentos de 4,16% em relação aos dados de fevereiro e de 16,8% sobre os da temporada anterior. Quanto à produtividade, a previsão é de alta de 2,5% entre as safras, para 1.765 quilos por hectare. Assim, a produção nacional deve crescer 19,7% frente à safra 2020/2021, totalizando 2,82 milhões de toneladas em 2021/2022 (avanço de 4,15% frente ao relatório anterior). Em Mato Grosso, a estimativa para a área semeada cresceu 4,31% frente aos dados de fevereiro/2022 e 13,8% sobre os da safra 2020/2021, passando para 1,14 milhão de hectares.

A produtividade se manteve estável, em 1,739 quilos por hectare. A estimativa de produção foi elevada em 4,31% na comparação mensal e em 22,6% frente à da temporada anterior, podendo somar 1,982 milhão de toneladas em 2021/2022. Na Bahia, a área cultivada teve aumento de 5,33% em relação a fevereiro/2022 e está 14,8% superior à da safra anterior, estimada em 306,1 mil hectares. Assim, a produção também teve reajuste positivo frente ao relatório anterior (+5,15%) e elevação de 14,4% no comparativo com a safra passada, podendo ficar em 579,6 mil toneladas. A produtividade está estimada em 1.894 quilos por hectare. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.