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11/Mar/2022

Produção de algodão terá forte alta em 2021/2022

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a safra 2021/2022 de algodão, cujo plantio está praticamente encerrado no País, evolui com boas perspectivas de produção até o momento. O último levantamento indicava 99,9% da área semeada até o dia 3 de março, faltando apenas os últimos talhões a serem semeados em Minas Gerais e Goiás. Mato Grosso, que representa 70% do algodão brasileiro, conseguiu plantar em uma janela excelente, e o clima está correndo bem. Na Região Sul, falta chuva, mas não na Região Centro-Oeste. A Bahia, que produz 23% do algodão do País, teve um problema de excesso de chuva do início da temporada, mas agora está indo bem; e os outros Estados da mesma forma. Entretanto, o clima é muito importante daqui para frente para a confirmação do potencial da safra. Bahia, Piauí e Maranhão precisam de chuva até o fim de abril. Em Mato Grosso tem que chover até maio. Até agora, a expectativa é de chuvas dentro da normalidade.

A perspectiva é o Brasil colher a segunda maior safra da história. A estimativa de produção é de 2,7 milhões de toneladas de algodão neste ano. Em 2019, a produção foi de 3 milhões de toneladas. Mas, pelo efeito da pandemia na queda do consumo de algodão, a proução caiu para 2,3 milhões de toneladas e, agora, a projeção é de 2,7 milhões de toneladas. A indústria brasileira deve consumir 700 mil toneladas e o volume remanescente deve ser exportado. O destino de 99% do excedente exportável é a Ásia. Há perspectiva de recuperação do consumo. O consumo mundial em 2019 era de 25 milhões de toneladas; em 2020, com a pandemia, caiu para 22 milhões de toneladas, e agora está em 27,1 milhões de toneladas e crescendo. As pessoas por ficarem mais em casa redescobriram vantagens do algodão em relação às fibras sintéticas. A tendência é que o consumo continue aumentando. O fator de incerteza é o conflito Rússia e Ucrânia, que pode afetar a economia mundial.

O conflito também levanta a preocupação com os insumos, pois 95% do cloreto de potássio é importado e não dá para produzir algodão sem cloreto de potássio. Quanto ao fósforo, 70% são importados, além de metade da ureia. O Brasil está com 80% de dependência de fertilizantes de outros países. Isso tem que ser olhado como segurança alimentar. A questão é como ficará a compra de adubo para a safra 2022/2023, que será plantada a partir do fim do ano. Hoje, o problema maior são fertilizantes. Quase não há ofertas e os preços estão muito altos. Os preços do algodão seguem em alta no Brasil. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 6,98 por libra-peso. A alta no mês é de 1,40%. Os preços do algodão em pluma voltaram a subir no Brasil neste começo de março, recuperando as perdas de fevereiro e já se aproximando novamente da casa dos R$ 7,00 por libra-peso.

A sustentação veio da posição firme da maior parte dos produtores, que, capitalizada e com boa parte da safra comprometida, foca no cumprimento de contratos. A média do Indicador até o dia 7 de março estava 14,7% acima da paridade de exportação. Diante do atual cenário mundial e da alta volatilidade, houve diminuição no ritmo de negócios envolvendo a pluma das duas próximas temporadas. Em seu relatório mensal de oferta e demanda de março, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve sua previsão de estoque final de algodão no país em 2021/2022 em 762,02 mil toneladas. A expectativa de produção nos Estados Unidos ficou estável em 3,84 milhões de toneladas. Do lado da demanda, o USDA deixou inalterada a previsão de exportações em 2021/2022 em 3,21 milhões de toneladas. A perspectiva de consumo interno foi mantida em 555,19 mil toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.