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09/Mar/2022

Tendência é de alta do algodão no mercado interno

Os preços do algodão em pluma voltaram a subir no Brasil neste começo de março, recuperando as perdas de fevereiro e já se aproximando novamente da casa dos R$ 7,00 por libra-peso. A sustentação vem da posição firme da maior parte dos produtores, que, capitalizada e com boa parte da safra comprometida, se foca no cumprimento de contratos. No geral, contudo, ao longo da semana passada, os valores domésticos chegaram a oscilar com certa força, acompanhando as movimentações dos preços externos e do dólar, que, por sua vez, influenciaram a paridade de exportação. Uma parcela dos vendedores ativos no spot relata dificuldades em acordar a qualidade dos lotes disponíveis, sendo que alguns até chegam a ser mais flexíveis nos valores, o que, por consequência, possibilitou um aumento pontual na liquidez e o abastecimento das indústrias. Do lado da demanda, agentes de empresas seguem indicando valores inferiores, alegando dificuldades nos repasses dos reajustes dos preços da matéria-prima aos manufaturados.

Assim, muitos trabalham com estoques ou adquirem novos lotes apenas para complementação. Depois de acumular baixa de 1,38% no mês anterior, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma, registra avanço de 1,51% nos últimos sete dias, cotado a R$ 6,99 por libra-peso. A média do Indicador na parcial de março está 14,7% acima da paridade de exportação. Diante do atual cenário mundial e da alta volatilidade, há diminuição no ritmo de negócios envolvendo a pluma das duas próximas temporadas. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,02 por libra-peso (118,66 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,03 por libra-peso (118,87 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os contratos estão oscilando neste início de mês, ora pressionados pela realização de lucro e pelo fortalecimento do dólar ante as principais moedas, ora impulsionados pelo bom desempenho das exportações dos Estados Unidos e pelo avanço do petróleo.

Assim, o vencimento Março/2022 tem desvalorização de 1,56% nos últimos sete dias, a 120,66 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2022 registra recuo de 1,83%, indo para 116,94 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022 apresenta baixa de 2,69% no mesmo período, a 112,70 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2022, por sua vez, acumula aumento de 0,22% nos últimos sete dias, a 104,64 centavos de dólar por libra-peso. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de algodão em pluma somaram 166,9 mil toneladas em fevereiro, volume 16,3% menor que o do mês anterior e 29,1% inferior ao de fevereiro/2021. O volume acumulado em 12 meses ficou em 1,87 milhão de toneladas até fevereiro/2022, sendo o menor desde janeiro de 2020 (1,803 milhão de toneladas). O faturamento em fevereiro somou US$ 320,9 milhões, quedas de 15,7% no comparativo mensal e de 15% no anual. Em moeda nacional, o faturamento chegou a quase R$ 1,7 bilhão, considerando-se a média do dólar, a R$ 5,19.

O preço de exportação de fevereiro esteve em 87,22 centavos de dólar por libra-peso (R$ 4,52 por libra-peso), altas de 0,7% frente ao de janeiro e de 19,9% em relação ao valor de fevereiro/2022. Em Reais, a receita média ficou 35,1% inferior ao praticado no spot nacional. O Cotton Outlook, em relatório divulgado no dia 25 de fevereiro, estimou produção mundial da safra 2022/2023 em 26,9 milhões de toneladas, aumento de 4,7% frente à anterior (25,7 milhões de toneladas). Os preços mundiais elevados atraíram produtores. No caso dos Estados Unidos, a produção pode cair 3,3% quando comparada com a da safra 2021/2022, indo para 3,7 milhões de toneladas na safra 2022/2023, devido à seca predominante no oeste do Texas e ao recente aumento nos custos dos insumos. O consumo mundial deve aumentar 3% na safra 2022/2023, para 26,7 milhões de toneladas, um recorde. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.