09/Fev/2022
Os preços do algodão em pluma seguem firmes no Brasil, sustentados pela valorização externa, que eleva a paridade de exportação, e pela baixa oferta no spot nacional. Os vendedores não mostram urgência em “fazer caixa”, e os produtores estão atentos ao bom desempenho da semeadura e ao desenvolvimento das lavouras da nova safra. No geral, a liquidez segue baixa, o que também está atrelado à resistência de compradores em adquirir novos lotes a valores maiores, diante da dificuldade no repasse dos reajustes da matéria-prima aos manufaturados. O Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma registra alta de 1,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 7,07 por libra-peso. Neste começo de fevereiro, o preço médio no Brasil ficou 8% acima da paridade de exportação.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 6,52 por libra-peso (124,00 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 6,53 por libra-peso (124,20 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, os quatro primeiros contratos oscilaram neste início de mês, mas atingiram no dia 3 de fevereiro os valores máximos desde suas respectivas aberturas. O vencimento Março/2022 registra desvalorização de 1,57% nos últimos sete dias, a 125,57 centavos de dólar por libra-peso, e o contrato Maio/2022 tem leve baixa de 0,06%, indo para 123,00 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Julho/2022, por sua vez, apresenta avanço de 0,53% no mesmo período, a 120,29 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2022 acumula alta de 1,52% nos últimos sete dias, a 108,49 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de algodão em pluma somaram 199,4 mil toneladas em janeiro, volume 26,3% menor que o do mês anterior e 27,2% inferior ao de janeiro/2021. O volume acumulado a cada 12 meses voltou a ficar abaixo de 2 milhões de toneladas, o que não era contabilizado desde outubro/2020. O faturamento em janeiro somou US$ 380,6 milhões, quedas de 21,9% no comparativo mensal e de 10,5% no anual. Em moeda nacional, o faturamento chegou a mais de R$ 2,1 bilhões, considerando-se a média do dólar, a R$ 5,52. O preço de exportação de janeiro esteve em 86,60 centavos de dólar por libra-peso (R$ 4,78 por libra-peso), altas de 3,5% frente ao de dezembro/2021 e de 26,9% em relação ao de janeiro/2021. Em Reais, a receita média ficou 29,8% inferior ao praticado no spot nacional.
O Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac), em relatório divulgado no dia 1º de fevereiro, estimou produção mundial da safra 2021/2022 em 26,44 milhões de toneladas, elevação de 8,72% frente à anterior. Para o Brasil, especificamente, projeta-se colheita de 2,71 milhões de toneladas, 14,83% superior à temporada anterior. Já o consumo mundial de algodão em pluma está projetado em 25,62 milhões de toneladas na safra 2021/2022, queda de 0,16% no comparativo com a temporada passada. A exportação global, por sua vez, deve recuar 3,11% frente à da safra anterior, indo para 10,27 milhões de toneladas. Os Estados Unidos devem continuar como o principal exportador mundial, com 3,27 milhões de toneladas na safra 2021/22 (-9,92% quando comparado com a anterior), seguido pelo Brasil, com 2,1 milhões de toneladas (-12,50% frente a 2020/2021). Dessa forma, o estoque final mundial deve ser de 21,19 milhões de toneladas, aumento de 4,08% em relação ao da temporada 2020/2021. Quanto ao preço médio, o Icac indica em fevereiro média do Índice Cotlook A de 104,00 centavos de dólar por libra-peso para a temporada 2021/2022. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.