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25/Ago/2021

Tendência de alta do algodão com demanda firme

Desde o início de agosto, os valores internos de algodão em pluma registram altas consecutivas, inclusive, o recorde nominal da série de preços do Cepea vem sendo renovado há cinco dias seguidos. O impulso vem da alta na paridade de exportação e, especialmente, da presença mais ativa de compradores. Neste caso, o maior interesse comprador está relacionado à necessidade de repor estoques, em um ambiente de bom fluxo industrial e de maior ritmo de comercialização. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes à “Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física”, o setor de “Preparação e fiação de fibras têxteis” apresentou significativa recuperação no segundo trimestre de 2021 (últimos dados disponíveis). A produção industrial do setor cresceu 38,6% na comparação do período de julho/2020 a junho/2021 com os 12 meses anteriores. Vale lembrar que, de julho/2019 a junho/2020, houve queda de 7,1% em relação aos 12 meses anteriores.

E as indústrias domésticas estão com baixo volume de algodão já garantido por meio de contratos a termo. Embora agentes mostrem preocupações quanto ao repasse dos custos aos fios, especialmente os da matéria-prima, a comercialização do produto apresenta bom ritmo, com fechamentos para entrega nos meses seguintes. Dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) mostram que os registros de negócios para o mercado interno referentes à safra 2020/2021 representam cerca de 1/3 da demanda esperada para 2021. Do lado vendedor, com o avanço da colheita e do beneficiamento, muitos estão focados nas entregas dos contratos a termo, o que reduz a oferta no spot, principalmente de pluma de maior qualidade. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 4,63% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,45 por libra-peso. Na parcial do mês, o aumento é de 10%, e do ano, de 43,27%.

A média na parcial de agosto está em R$ 5,19 por libra-peso, 4,26% acima da média de julho/2021 e 30,8% superior à de agosto/2020, em temos reais (valores foram corrigidos pelo IGP-DI de julho/2021). Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, de 16 a 20 de agosto, a paridade de importação CIF São Paulo (com operação de drawback) foi de R$ 5,90 por libra-peso. No mesmo período, o Indicador teve média de R$ 5,32 por libra-peso, sendo, portanto, 9,8% inferior à paridade de importação, mas 11,2% superior à paridade de exportação do mesmo período (que foi de R$ 4,78 por libra-peso). A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) estima que, até o dia 20 de agosto, a colheita havia chegado a 67% do total da área do País, e o beneficiamento, a 21%. Destaca-se que o beneficiamento em Mato Grosso soma apenas 15% da produção, e na Bahia, 33%.

A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,75 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e R$ 4,76 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. A queda no preço do petróleo no mercado internacional pressiona os contratos da Bolsa de Nova York nos últimos sete dias. Além disso, a preocupação com o avanço da variante Delta do novo coronavírus também influencia o movimento baixista. O vencimento Outubro/2021 registra leve recuo de 0,33% nos últimos sete dias, a 94,54 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Dezembro/2021 tem queda de 1,01%, a 93,36 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Março/2022 registra desvalorização de 0,61% nos últimos sete dias, a 94,69 centavos de dólar por libra-peso, e o Maio/2022, acumula queda de 0,46% no mesmo período, a 92,15 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.