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19/Ago/2021

Preços do algodão avançam com ofertas restritas

A negociação de algodão avança pouco no Brasil, com poucas ofertas para pronta entrega de produtores e indústria têxtil do mercado interno comprando pontualmente. Apesar do progresso da colheita, ainda há baixa disponibilidade do algodão da safra nova, o que contribui para manter os preços firmes no mercado doméstico. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 2,26% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,27 por libra-peso. No mês, a alta é de 6,35%. Os preços estão no maior nível dos últimos três meses, voltando a operar nos patamares verificados no início de maio deste ano e pouco abaixo do recorde nominal (de R$ 5,22 por libra-peso registrado em 4 de março).

A valorização da pluma é atribuída à retração dos produtores no spot e ao fato de algumas indústrias se mostrarem dispostas a elevar os valores pagos por novos lotes. Diante da oferta restrita, os produtores pedem valores superiores ao Indicador Cepea/Esalq para lotes disponíveis para comercialização. A diferença é de pelo menos R$ 0,10 acima do indicador. Do outro lado, as indústrias alegam que não conseguem repassar os patamares atuais da pluma ao preço final do fio, em virtude da redução do consumo. Somente indústria com estoque curto compra o mínimo volume possível. O mercado continua muito lento.

A oferta de lotes pontuais e de volume pouco expressivo no spot pode ser explicada, em parte, pela preferência dos produtores em cumprir contratos fechados previamente antes de efetivar novos acordos. Com a quebra da safra, devido à seca e à geada, restou pouco algodão para ser negociado. A grande maioria está destinando o volume colhido à cobertura de contratos de exportação. As perdas de produtividade, contudo, não se refletem em menor qualidade. Os vendedores relatam que as cargas têm atendido os parâmetros de qualidade acordados. Para o mercado externo, no momento, não giram novas vendas, apenas embarques de volumes vendidos antecipadamente. Os preços de exportação estão menos atrativos que os locais aos produtores.

Hoje, o mercado externo pagaria R$ 4,90 por libra-peso, considerando dólar a R$ 5,25 e a Bolsa de Nova York em torno de 95,00 centavos de dólar por libra-peso. A média mensal do indicador nacional está 12,7% acima da paridade de exportação. Em relação à safra futura, plantada no fim deste ano, os produtores ainda não demonstram interesse em efetivar negócios antecipados com entrega para agosto e setembro do ano que vem. Também não há referência de preços. As cotações vão depender da área a ser plantada, mas o produtor percebe que os custos estão muito altos. Tradings, por sua vez, estão ativas em busca de novos lotes para a fibra do ciclo 2021/2022 e para a pluma da temporada 2022/2023.

Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão acumulam alta de 4% nos últimos sete dias. O vencimento dezembro da pluma está cotado a 94,90 centavos de dólar por libra-peso. O mercado foi pressionado pelo clima favorável no sudeste dos Estados Unidos. Mas, os ganhos foram sustentados pela tempestade tropical Fred, que está provocando fortes chuvas no Alabama e na Geórgia. As plantações de algodão dos Estados Unidos já receberam umidade mais do que suficiente graças às chuvas abundantes das últimas semanas. Portanto, qualquer chuva adicional teria um impacto mais prejudicial no desenvolvimento da safra. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.