ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

18/Ago/2021

Tendência de alta do algodão com maior demanda

Os compradores domésticos de algodão em pluma estão mais ativos e se mostrando dispostos a elevar os valores pagos por novos lotes. Os vendedores seguem relativamente retraídos, atentos à menor disponibilidade de pluma no spot nacional. Com isso, as cotações estão em alta, voltando a operar nos patamares verificados no início de maio deste ano e pouco abaixo do recorde nominal (de R$ 5,22 por libra-peso, registrado em 4 de março). O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 1,74% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,21 por libra-peso. Na parcial de agosto, o Indicador acumula alta de 5,12%, com média de R$ 5,11 por libra-peso, 2,64% maior que a média de julho/2021 e 65,32% acima da de agosto/2020, em termos nominais. Em termos reais (valores corrigidos pelo IGP-DI, base julho/2021), a média deste mês está 28,75% superior à de agosto/2020. Ainda considerando-se a média do mês, o Indicador está 12,7% acima da paridade de exportação.

Os compradores estavam prorrogando suas aquisições, na expectativa de que a oferta no mercado spot estivesse maior já no início de agosto, apostando também em preços inferiores. Porém, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita alcançou 57% da área nacional, e o beneficiamento, apenas 17% do total até o dia 12 de agosto. Além disso, neste mês, as cotações internacionais e o câmbio seguem em alta, elevando a paridade de exportação. Os maiores valores também aumentam o ritmo das negociações de novos contratos a termo, direcionados aos mercados interno e externo e envolvendo a pluma da atual temporada (2020/2021) e da próxima 2021/2022 e, ainda de forma pontual, a da safra 2022/2023. Mesmo assim, tradings estão ativos no mercado interno, diante da maior atratividade dos preços domésticos em relação aos da exportação. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,69 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,70 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.

Na Bolsa de Nova York, os contratos acumulam alta nos últimos sete dias, impulsionados pela valorização do petróleo, por previsões indicando menores produção e estoque norte-americano e pelo enfraquecimento do dólar frente às principais moedas. O vencimento Outubro/2021 apresenta avanço de 3,89% nos últimos sete dias, a 94,85 centavos de dólar por libra-peso; o contrato Dezembro/2021 está cotado a 94,31 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 3,75% na mesma comparação. Ambos atingiram, no dia 13 de agosto, as máximas desde as respectivas aberturas. O contrato Março/2022 apresenta alta de 3%, a 93,26 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2022, avanço de 2,88%, a 92,58 centavos de dólar por libra-peso, ambos recordes. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em relatório divulgado no dia 12 de agosto, estimou produção mundial 2020/2021 em 24,48 milhões de toneladas, volume 7,4% abaixo da anterior. O consumo deve somar 25,9 milhões de toneladas, aumento de 15,8% em relação ao da safra 2019/2020.

As importações estão previstas para crescerem 18,8% sobre as da safra anterior, indo para 10,5 milhões de toneladas em 2020/2021. As exportações podem atingir 10,46 milhões de toneladas, elevação de 16,5%. Assim, o estoque mundial deve ser de 19,98 milhões de toneladas, queda de 6,5% frente à safra 2019/2020. Para a temporada 2021/2022, a produção global deverá ser 5,7% maior que a anterior, chegando em 25,87 milhões de toneladas. Mesmo esperando alta com relação à safra anterior, o USDA estima produção nos Estados Unidos de 3,76 milhões de toneladas e para o Brasil, de 2,72 milhões de toneladas, reajustes negativos de 3% e de 5,6%, respectivamente, frente aos dados de julho/2021. O consumo global, por sua vez, pode crescer 3,6%, indo para 26,85 milhões de toneladas. Tanto as importações quanto as exportações podem somar 10,07 milhões de toneladas cada na safra 2021/2022, respectivas quedas de 4,4% e de 3,7% frente aos volumes da temporada anterior. O estoque mundial na safra 2021/2022 foi projetado em 18,99 milhões de toneladas, 5% abaixo do anterior.

De julho para agosto, o USDA reduziu o estoque brasileiro em 5,2% e o norte-americano, em 9,1%. Para o Brasil, estima-se que o volume fique em 2,69 milhões de toneladas, 11% maior que o da temporada passada; já os Estados Unidos devem somar 653 mil toneladas (-6,3%), o menor desde a safra 2016/2017, quando chegou em 598,75 mil toneladas. Quanto ao preço médio da temporada 2021/2022 nos Estados Unidos, está previsto em 80,00 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 6,7% frente ao mês passado (75,00 centavos de dólar por libra-peso), enquanto permaneceu estável para a safra 2020/2021, em 66,50 centavos de dólar por libra-peso. Conforme relatório da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgado no dia 16 de agosto, em 10 dias úteis, foram exportadas cerca de 25,5 mil toneladas de algodão, 59% abaixo do total do mês passado. Além disso, a média diária dos embarques neste início de agosto está em 2,5 mil toneladas, 50,6% inferior à registrada um ano atrás (de 5,2 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.