ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Ago/2021

Baixa disponibilidade limita negócios com algodão

A comercialização de algodão no mercado interno continua pontual em meio à oferta restrita da pluma no spot. Apesar do avanço da colheita, ainda há baixa disponibilidade do algodão da safra nova, 2020/2021. De um lado, os produtores optam pelo cumprimento de contratos fechados antecipadamente e se voltam à colheita e ao beneficiamento da fibra. Por outro lado, as fábricas adquirem apenas a quantidade necessária para abastecimento imediato. Esse cenário de oferta restrita mantém os preços firmes no mercado interno. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 1,54% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,13 por libra-peso. No mês, a alta é de 3,4%. Lotes pontuais com entrega para este mês em fábricas das Regiões Sul e Sudeste rodaram ao longo da última semana com base no indicador Cepea/Esalq. Os compradores esperavam comprar pluma durante a safra entre R$ 4,50 e R$ 4,60 por libra-peso, mas os produtores indicam acima de R$ 5,00 por libra-peso, o que acabou se confirmando.

Os preços dos contratos futuros da fibra negociados na Bolsa de Nova York e o câmbio contribuíram para a expectativa dos vendedores se concretizar. As fábricas estão reticentes com esses patamares, comprando pontualmente. Os vendedores estão indicando R$ 5,15 por libra-peso. Para a safra futura, plantada no fim deste ano, já há tradings demonstrando interesse em efetivar negócios antecipados com entrega para agosto e setembro do ano que vem. O Itaú BBA apontou que as cotações sustentadas na Bolsa de Nova York tendem a limitar a queda dos preços no mercado brasileiro, que são influenciados pelos contratos futuros da pluma. O avanço da colheita e do beneficiamento de algodão deve trazer alguma pressão sobre as cotações locais. No entanto, o espaço para quedas é limitado. A cautela dos produtores em disponibilizar ao mercado o produto de maneira escalonada, já que estão capitalizados, também deve contribuir para o recuo limitado dos preços locais.

Além de a colheita estar atrasada na comparação anual, há preocupação dos produtores em cumprir os contratos já fechados antes de vender os lotes no spot. O receio é em virtude da quebra na produção e da disparidade na qualidade disposta em contrato e a que está sendo colhida. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a colheita atrasou, houve redução na safra e há alguns problemas de qualidade, o que dificulta a entrega dos lotes firmados. Há muitos contratos a cumprir. A entrada da fibra nova no mercado deve ganhar fôlego a partir da próxima semana. Se esperava que nesse momento já tivesse mais movimento, mas ainda está muito restrito. Com a colheita e o beneficiamento em andamento, a disponibilidade deve aumentar nas próximas semanas. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita da 2ª safra em Mato Grosso atingiu 36,05% até o dia 6 de agosto, avanço de 13,02% na semana e atraso de 22,29% na comparação com igual período da temporada anterior.

Em relação à média dos últimos cinco anos, os trabalhos de campo estão 7,28% atrasados. A comercialização de algodão em pluma da safra atual no Estado avançou 1,55% em julho ante junho e alcançou 79,57%. Em relação à comercialização da safra 2021/2022, as negociações avançaram 3,59% em julho, alcançando 34,61% da safra vendida, abaixo do verificado no ano passado, quando 36,39% da safra já havia sido travada, e 12,32% abaixo da média de cinco anos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) manteve a estimativa de produção de algodão em pluma na safra 2020/2021 do País em 2,34 milhões de toneladas, em seu relatório mensal divulgado no dia 10 de agosto. Se confirmada, haverá redução de 22% em comparação com o período anterior ou 3 milhões de toneladas a menos. Em produtividade, o recuo foi de 4,9%.

Na Bolsa de Nova York, os futuros de algodão fecharam em queda nesta quarta-feira (11/08). O mercado foi pressionado pelo clima favorável no Sudeste dos Estados Unidos. De acordo com a meteorologia, chuvas na região devem beneficiar o desenvolvimento das lavouras de algodão. O vencimento dezembro da pluma recuou 110 pontos (1,19%) e fechou a 91,22 centavos de dólar por libra-peso. Na avaliação do Itaú BBA, os preços na Bolsa de Nova York devem seguir firmes nos próximos meses, sustentados pelo aperto no balanço de oferta e demanda global na safra 2020/2021 e pela expectativa de pouca mudança nesse cenário na safra 2021/2022. O combustível adicional para a sustentação das cotações da fibra no curto prazo pode vir da temporada de furacões dos Estados Unidos e da possibilidade de os eventos atingirem áreas de produção da pluma na costa leste do país. Entretanto, o avanço da variante Delta do coronavírus e seus impactos sobre a economia, e, consequentemente, sobre a demanda de algodão podem afetar as cotações da pluma. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.