06/Ago/2021
O mercado de algodão no Brasil registra pouca movimentação. Tradings quase não têm volume para ofertar internamente para pronta entrega, só para setembro, enquanto os produtores dão preferência ao cumprimento de contratos fechados previamente em virtude de perdas de produtividade por adversidades climáticas ao longo do ciclo. O Indicador Cepea/Esalq com pagamento em 8 dias está cotado a R$ 5,06 por libra-peso. No mês, o Indicador acumula ganho de 2,10%. Em julho, o avanço foi de 5,76%. Os produtores estão preocupados com o que estão colhendo, porque não está dando nem o volume que precisam para cumprir contratos. Alguns produtores terão disponibilidade, mas ainda não querem vender, buscam cumprir contratos, então saem poucos negócios. Indústrias com necessidade de obter suprimento indicam entre R$ 5,00 e R$ 5,05 por libra-peso posto na Região Sudeste. A percepção é de boa qualidade em Mato Grosso, mas a produtividade preocupa.
O volume ofertado no disponível só deve aumentar a partir de outubro, quando os produtores terão mais clareza sobre o tamanho da safra e o que sobrou após o cumprimento de contratos. Existe uma diferença muito grande entre o preço que venderam e o preço de hoje. Tradings chegaram a negociar algodão internamente entre R$ 4,70 a R$ 4,80 por libra-peso quando a combinação de futuros e câmbio permitia, o que já não é mais o caso. Agora, tradings ofertam a fibra no País apenas para entrega mais longa, a partir do mês que vem, por volta de R$ 5,00 por libra-peso, mas as fábricas só aceitam pagar esse preço para pronta entrega. Tradings praticamente não têm algodão para pronta entrega. Também têm contratos a cumprir e os seus recebimentos estão atrasados. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) manteve a previsão de produção de 2020/2021 em 3,94 milhões de toneladas de algodão em caroço e 1,62 milhão de toneladas de algodão em pluma no Estado.
Caso confirmado, o volume será 33% menor que o produzido na temporada anterior. A produtividade foi mantida em 279,07 arrobas por hectare (ou 4.186 quilos por hectare), recuo de 9% ante o ciclo passado. A estimativa é de que 135.887 hectares foram semeados com a cultura de 1ª safra no Estado e outros 806.483 hectares na 2ª safra, somando 942.370 hectares plantados na safra 2020/2021, 17% menor ante 2019/2020. Nas últimas semanas, a colheita do algodão de 1ª safra foi finalizada no Estado e as áreas de 2ª safra começaram a ganhar volume. Em relação aos rendimentos, a 1ª safra do algodão atingiu produtividade acima de 300 arrobas em caroço por hectare, favorecida pelas boas condições climáticas e das lavouras. No entanto, a preocupação ainda segue em relação aos resultados das áreas mais tardias, principalmente os talhões semeados depois do dia 15 de fevereiro, onde o clima prejudicou o desempenho da produtividade.
A colheita do algodão de 2ª safra em Mato Grosso alcançou 23,03% da área plantada (ou 217 mil hectares) até o dia 30 de julho, avanço de 5,89% na comparação semanal. A retirada das lavouras está 16,77% atrás de igual período da safra passada e 8,55% atrás da média dos últimos cinco anos. Entre as regiões, a mais adiantada continua sendo a nordeste do Estado (93,46%), e a mais atrasada, o centro-sul (12,94%). Quanto às negociações antecipadas das próximas safras, há relatos de negócios da safra 2021/2022 entre 84,00 e 85,00 centavos de dólar por libra-peso FOB no Porto de Santos (SP) para embarque a partir de agosto do ano que vem, mas muitos vendedores preferem aguardar. Para safra 2022/2023, ocorrem alguns negócios pontuais entre 79,00 e 80,00 centavos de dólar por libra-peso, porém o interesse de importador é limitado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.