28/Jul/2021
O mercado de algodão em pluma continua registrando negociações pontuais para atender à necessidade imediata de algumas indústrias e/ou comerciantes que adquirem o produto para o cumprimento dos contratos. Boa parte dos agentes está atenta aos avanços da colheita e do beneficiamento, especialmente por já terem parte da sua produção comprometida com contratos a termo. Dessa forma, priorizam o cumprimento destas programações. Além disso, a preocupação quanto à qualidade e à quantidade na temporada 2020/2021 aumenta ainda mais a lentidão do mercado. Do lado vendedor, os produtores permanecem firmes nos valores indicados. O volume de pluma disponível no mercado spot, de modo geral, é baixo e originário da Bahia, que está com as atividades no campo mais avançadas.
Parte das indústrias exerce pressão sobre os valores, uma vez que, além da preocupação quanto ao repasse dos preços da pluma, as vendas ao longo da cadeia estão aquém do esperado. Outras empresas seguem utilizando o produto em estoque. Dessa forma, parte dos vendedores tem que ceder para realizar alguns fechamentos. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra recuo de 1,25% nos últimos sete dias, cotado a R$ 5,03 por libra-peso. No entanto, na parcial de julho, acumula alta de 7,27%. A média do Indicador na parcial deste mês está em R$ 4,98 por libra-peso, 2% maior que a média do mês passado e 80,6% superior à de julho/2020, em termos nominais. Além disso, a cotação interna está, em média, 13,8% acima da paridade de exportação na parcial deste mês. Apesar dos patamares elevados do câmbio e dos preços internacionais, o comércio nacional não perdeu sua atratividade.
Assim, o preço doméstico está superior à paridade de exportação desde novembro do ano passado, levando alguns vendedores a direcionarem seus lotes para o mercado interno. Em maio/2021, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi recorde nominal, a R$ 5,15 por libra-peso, 23% acima da paridade. Isso ocorreu devido à baixa oferta de produto, com embarques acelerados, priorização de entregas de contratos também para as indústrias do País, e com a pluma da safra 2019/2020 começando a se reduzir, além de já se prever o atraso da temporada 2020/2021. De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), ao menos 31,7% da safra brasileira 2020/2021 teria sido comercializada até o dia 27 de julho. Vale considerar que, nas últimas cinco temporadas, a média de comercialização foi de 68% da produção nacional.
Para Mato Grosso, especificamente, informações divulgadas no dia 12 de julho pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 99,94% da produção 2019/2020 e 78,02% da próxima safra já teriam sido comercializadas. A comercialização da temporada 2020/2021 está levemente menor que o registrado no mesmo período da 2019/2020 (79,16%), mas superior à média dos últimos cinco anos, de 74,95%. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até o dia 22 de julho, haviam sido colhidos 24% da área total do Brasil da temporada 2020/2021, avanço de 7% em uma semana. Mato Grosso, o maior produtor nacional, colheu 17% da área, enquanto a Bahia atingiu 37% do total. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,48 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,49 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento Outubro/2021 está cotado a 90,29 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 3,65% nos últimos sete dias. O contrato Dezembro/2021 está cotado a 89,60 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 3,33% na mesma comparação. O contrato Março/2022 apresenta valorização de 3,36%, a 89,25 centavos de dólar por libra-peso; e o Maio/2022 está cotado a 88,49 centavos de dólar por libra-peso. Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 17 dias úteis de julho, foram exportadas 49,44 mil toneladas de algodão em pluma, volume 50,9% menor que o registrado no mês anterior e 36,1% abaixo do verificado em 23 dias úteis de julho/2020. Considerando-se a média do dólar a R$ 5,16, o preço médio da parcial de julho/2021 para exportação é de R$ 3,91 por liba-peso (75,76 centavos de dólar por libra-peso), aumento de 17,7% frente ao do mesmo período do ano anterior, de R$ 3,32 por libra-peso (63,00 centavos de dólar por libra-peso), quando o dólar teve média de R$ 5,27. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.