21/Jul/2021
Os preços do algodão seguem em alta no Brasil, influenciados pelos aumentos externos (paridade de exportação, Índice Cotlook A e taxa de câmbio) e pela restrição de vendedores no mercado doméstico. Quanto aos preços do algodão posto no Extremo Oriente (China), representados pelo Índice Cotlook A, voltaram aos maiores patamares em quase três anos, se aproximando de 100,00 centavos de dólar por libra-peso. Consequentemente, a paridade de exportação, em dólar, também está nos maiores níveis desde o início de agosto/2018, apesar de, em Reais, terem voltado apenas aos patamares do fim de abril deste ano. A elevação dos preços do algodão na China foi influenciada pela estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de redução dos estoques mundiais na temporada 2021/2022, que está em andamento no Hemisfério Norte.
Assim, os estoques devem ter relação com o consumo de 71,2%, a menor desde a temporada 2018/2019. Entretanto, os dados do USDA apontaram que, na China, a relação estoque/consumo na temporada 2021/2022 deve ser de 84,3%. Se confirmada, será a menor em 11 anos, ou seja, desde a temporada 2011/2012, quando foi de 81,7%. No ano-safra 2021/2022, a estimativa é de que a China detenha 39,4% dos estoques globais, contra 42,5% em 2020/2021. Além da recuperação dos preços no Extremo Oriente, a taxa de câmbio também subiu nos últimos dias. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,48 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,49 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente.
Um aspecto que tem amenizado a recuperação doméstica é a queda nos futuros. Nos últimos sete dias, os contratos estão sendo pressionados pela redução nos preços do petróleo. O primeiro vencimento do contrato da pluma na Bolsa de Nova York registra recuo de 1,54% nos últimos sete dias, indo para 87,11 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Dezembro/2021 apresenta queda de 1,64%, a 86,11 centavos de dólar por libra-peso. No mesmo período, o Março/2022 está cotado a 86,35 centavos de dólar por libra-peso, retração de 1,71%, e o Maio/2022 tem recuo de 1,53%, para 85,85 centavos de dólar por libra-peso. No mercado interno, os agentes ainda seguem atentos à colheita da nova temporada e ao cumprimento de contratos.
Os estoques da temporada anterior são considerados baixos, havendo especialmente produto de qualidade inferior, o que dificulta as negociações. Entretanto, as indústrias brasileiras estão mais ativas nos últimos dias, elevando os valores para a compra, na tentativa de atrair vendedores ao mercado spot. Até o dia 15 de julho, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foram colhidos 17% da área nacional. Entre os dois maiores Estados produtores, as estimativas são de colheita de 12% da área em Mato Gross e de 25% na Bahia. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 5,09 por libra-peso, alta de 0,96% nos últimos sete dias. Na parcial do mês, o aumento é de 8,63%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.