07/Jul/2021
Os preços internos do algodão estão mais firmes neste início de julho, mesmo diante dos valores externos apresentando estabilidade e/ou pequenas quedas. A sustentação vem da restrição de vendedores, que, neste início de safra, se mostram incertos quanto à produtividade e à qualidade da pluma. Além disso, muitos produtores já comprometeram bons volumes por meio de contratos a termo, limitando a oferta no spot. As variações só não foram mais intensas devido à resistência de compradores em pagar valores maiores e à maior oferta de tradings ao mercado interno, tendo em vista que a venda doméstica remunera mais que as exportações. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra alta de 3,17% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,82 por libra-peso.
Em junho, o Indicador caiu 6,9%, mas, no balanço do primeiro semestre, subiu 23,2%. A média mensal de junho ficou 27,3% maior que a de dezembro/2020 e 80,3% acima de junho/2020, em termos nominais. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), 5,5% do total da área da safra 2020/2021 havia sido colhida até o dia 1° de julho. Na Bahia e em Tocantins, a área colhida chegou a 12%; em Goiás, a 14%; no Maranhão, a 7%; em Minas Gerais, a 22%; em Mato Grosso do Sul, a 25%; no Piauí, a 15%; em São Paulo, a 65%; no Paraná, a 98% e em Mato Grosso, a apenas 2%. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em junho/2021, foram exportadas 100,6 mil toneladas de algodão, queda de 12,7% frente ao volume de maio/2021, mas fortes 77,43% acima dos de junho do ano passado.
As vendas externas no primeiro semestre de 2021 somam 1,06 milhão de toneladas, contra 835,9 mil toneladas no mesmo período do ano passado. O preço médio da exportação está em 79,80 centavos de dólar por libra-peso, próximo do registrado em maio/2021 (79,06 centavos de dólar por libra-peso), mas 19,1% acima do de junho/2020. Vale considerar, contudo, que o dólar estava a R$ 5,20 em junho/2020, caindo para R$ 5,02 em junho deste ano. Em moeda nacional, a média de junho/2021 foi de R$ 4,00 por libra-peso, 4,2% menor que a média de maio, mas alta de 15,1% sobre a de junho/2020. A média da pluma exportada em junho/2021 esteve 18% abaixo do valor praticado no mercado interno, de R$ 4,88 por libra-peso (Indicador).
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,21 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,22 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Julho/2021 está cotado a 86,03 centavos de dólar por libra-peso, queda de 0,73% nos últimos sete dias. O contrato Outubro/2021 está cotado a 87,51 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 0,86% no mesmo período. O contrato Dezembro/2021 apresenta baixa de 0,53% nos últimos sete dias, a 86,97 centavos de dólar por libra-peso, e o Março/2022 está cotado a 86,76 centavos de dólar por libra-peso, retração de 0,31% no mesmo comparativo.
Em relatório divulgado no dia 1º de julho, o Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) estimou produção mundial da safra 2020/2021 em 24,22 milhões de toneladas, queda de 7,35% frente à anterior e a menor das últimas quatro temporadas. O consumo foi apontado para crescer 12,48%, somando 25,59 milhões de toneladas na safra 2020/2021. A exportação mundial, por sua vez, pode aumentar 11,74% frente à safra anterior, a 10,09 milhões de toneladas. O estoque final deve ser de 20,98 milhões de toneladas, recuo de 6,13% na comparação com a temporada 2019/2020. Para a China, especificamente, as importações foram revisadas para 2,6 milhões de toneladas, elevação de 67,7% frente à safra anterior e um dos maiores em sete anos.
Entre agosto de 2020 e abril de 2021, o país asiático importou 2,3 milhões de toneladas e pode aumentar as compras, no intuito de atender à crescente demanda global por têxteis. Quanto à safra 2021/2022, a produção mundial deve ser de 25,59 milhões de toneladas, aumento de 5,66% sobre a anterior. O consumo está previsto em 25,80 milhões de toneladas, crescimento de 0,82%. As exportações mundiais estão projetadas em 10,01 milhões de toneladas, 0,79% abaixo das de 2020/2021. Dessa forma, estima-se estoque mundial de 20,77 milhões de toneladas, queda de 1% sobre a temporada anterior. Para os preços, a média do Índice Cotlook A está estimada em 89,00 centavos de dólar por libra-peso para o final da temporada 2021/2022, recuo de 0,8% frente ao relatório divulgado no início de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.