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02/Jul/2021

Preocupação com clima afasta produtor do mercado

Tradings seguem colocando algodão no mercado interno no Brasil e atendendo às necessidades de indústrias, que buscam garantir suprimento para os próximos meses. Os produtores estão pouco ativos nas vendas diante das incertezas sobre o efeito do clima seco em algumas áreas produtoras sobre a produtividade e qualidade da safra. O Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, recuou 6,94% no mês de junho. Os maiores vendedores hoje no mercado são as tradings porque o basis que é pago no Brasil está mais alto do que o basis no exterior. Isso está sendo ajudado inclusive pela desvalorização do dólar. A moeda norte-americana terminou junho com queda de 4,82%. Foi a maior baixa desde novembro de 2020 e o terceiro mês consecutivo de desvalorização ante o Real. Os negócios reportados nesta semana ocorrem abaixo do Esalq, entre R$ 4,60 e R$ 4,65 por libra-peso, principalmente para entrega em agosto e setembro.

A colheita no Brasil ainda está no início, e os produtores colocam pouco algodão no mercado. A fibra da Bahia, cuja colheita está mais adiantada, vem sendo destinada para cumprir contratos de exportação, flex ou aqueles fechados com fábricas da Região Nordeste. Em Mato Grosso, os produtores preferem atender a compromissos fechados previamente e segurar o volume remanescente. Como teve um problema de seca prolongada em Mato Grosso, o produtor está indeciso em vender garantindo uma determinada qualidade que não pode ser assegurada em função da pouca chuva. Não dá para ter certeza sobre características intrínsecas, como resistência, micronaire e comprimento de fibra. A disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores tem limitado as negociações internas de algodão em pluma.

Esse cenário se deve às diferentes perspectivas desses agentes sobre o mercado nas próximas semanas. Enquanto parte dos vendedores está atenta à queda dos estoques de algodão, os compradores se fundamentam no distanciamento entre os valores domésticos e externos, na proximidade do avanço da colheita da nova safra e na desvalorização do dólar. A pressão exercida por compradores prevalece e acaba sendo reforçada pelo fato de alguns vendedores mostrarem interesse em negociar no mercado nacional, que remunera mais que as vendas externas. Com relação à safra 2021/2022, existe interesse de compra por parte de tradings, mas elas estão avaliando caso a caso as ofertas de vendedores. Alguns vendedores indicam entre 400 e 450 pontos acima do vencimento dezembro de 2022 FOB no Porto de Santos (SP).

No geral, contudo, os valores de 85,00 centavos de dólar por libra-peso desejados por vendedores estão acima da base de 75,00 e 78,00 centavos de dólar por libra-peso que alguns compradores se dispõem a pagar. Há ainda interesse de compra por 100 a 200 pontos abaixo do vencimento dezembro do ano que vem para retirada em Mato Grosso. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a área plantada com algodão no país na safra 2021/2022 em 4,74 milhões de hectares. No fim de março, a área tinha sido projetada em 4,86 milhões de hectares. Até o dia 27 de junho, 52% da safra de algodão apresentava condição boa ou excelente, sem variação ante a semana anterior. Além disso, 32% da safra tinha florescido, em comparação a 34% um ano antes e na média de cinco anos. Da safra, 7% estavam formando maçãs, ante 9% um ano antes e 8% na média. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.