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30/Jun/2021

Tendência de baixa com colheita e queda do dólar

A disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores tem limitado as negociações internas de algodão em pluma. E esse cenário se deve às diferentes perspectivas desses agentes sobre o mercado nas próximas semanas. Enquanto parte dos vendedores está firme, atenta à queda dos estoques de algodão, os compradores se fundamentam no distanciamento entre os valores domésticos e externos, na proximidade do avanço da colheita da nova safra e na desvalorização do dólar. Ressalta-se que a pressão exercida por compradores prevalece e acaba sendo reforçada pelo fato de alguns vendedores mostrarem interesse em negociar no mercado nacional, que remunera mais que as vendas externas.

No caso dos estoques, o bom ritmo das exportações nos últimos 12 meses e a maior demanda brasileira em 2021 contribuíram para a redução do excedente doméstico. Os estoques internos de junho são os menores para o mês desde 2018. Diante disso, os preços internos estão, há meses, operando acima dos valores do produto posto na China. Assim, é natural que, aos poucos, ocorram ajustes, alinhando-se com as paridades de importação e de exportação. Quanto à colheita da nova safra no Brasil, ainda está no início e sabe-se que haverá um período até que volumes maiores cheguem efetivamente ao mercado, seja pela defasagem dada pela necessidade de beneficiamento, seja pelo grande volume já negociado antecipadamente.

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a colheita da safra 2020/2021 avançou 2% na última semana, atingindo 3% do total até o dia 24 de junho. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, está cotado a R$ 4,67 por libra-peso, com quedas de 4,03% nos últimos sete dias e de 7,2% na parcial de junho, voltando aos patamares de fevereiro de 2021. A média parcial do mês está 34,74% acima da de junho do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de maio/2021). A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,12 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,13 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Estes valores são 1,5% superiores às médias de janeiro/2021 e estão 35,1% acima das de junho/2020.

Os contratos da Bolsa de Nova York estão reagindo, à medida que o dólar enfraqueceu e o petróleo se valorizou. Além disso, a instabilidade do clima no Delta do Mississippi (Estados Unidos) também tem influenciado as altas. O vencimento Julho/2021 registra alta de 3,06%, indo para 86,66 centavos de dólar por libra-peso, e o Outubro/2021, tem alta de 2,69%, a 88,27 centavos de dólar por libra-peso. Dezembro/2021 e Março/2022 estão cotados, respectivamente, a 87,43 centavos de dólar por libra-peso e 87,03 centavos de dólar por libra-peso, com elevações de 2,63% e de 2,29%. Em junho/2021, a média do dólar é de R$ 5,03, queda de 4,9% frente à de maio/2021 e a menor desde abril/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.