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11/Jun/2021

Comercialização de algodão lenta no mercado spot

A negociação de algodão é pontual no Brasil. Para pronta entrega, as fábricas indicam os mesmos valores da semana passada, enquanto tradings estão ofertando algodão internamente a preço mais alto. Na Bahia, há registro de negócios da fibra recém-colhida a R$ 4,80 por libra-peso, para entrega em 10 a 15 dias nas Regiões Sul e Sudeste (mais ICMS). Para pronta entrega, o ritmo é mais lento. As indústrias compraram algodão de tradings na semana passada, em momentos de queda de dólar e futuros, a R$ 4,90 por libra-peso, e continuam em busca de algodão por esse valor. A indústria está afastada do mercado. Em geral, as fábricas estão abastecidas, mas as menores ainda precisam adquirir lotes. O mercado está se reajustando, já que a safra está próxima de chegar.

Além da oferta da Bahia, o algodão de São Paulo deve chegar ao mercado em breve. O volume a ser colocado no disponível, contudo, é pequeno, para pagar despesas de colheita, já que os produtores também precisam cumprir contratos fechados previamente. As negociações seguem lentas no spot. No mercado interno, poucos agentes estão ativos. A demanda está enfraquecida, tendo em vista a lentidão nas vendas ao longo da cadeia têxtil, a preocupação de agentes de indústrias com o repasse dos preços e a expectativa de valores menores da pluma com a entrada mais efetiva da nova temporada. A maioria dos produtores está capitalizada e priorizando os trabalhos de campo da safra 2020/2021. Nesse cenário, os fechamentos no spot e de contratos a termos direcionados aos mercados doméstico e externo são escassos.

Por outro lado, as exportações do Brasil seguem aquecidas. A média diária de exportação em junho soma 4,646 mil toneladas, 72% acima das 2,700 mil toneladas por dia observados em junho de 2020. Nos primeiros três dias úteis deste mês, foram exportadas 13,940 mil toneladas. Em junho do ano passado, o Brasil havia exportado 56,704 mil toneladas. Em receita, os embarques alcançam US$ 24,65 milhões. Em igual mês de 2020, a receita com exportação totalizou US$ 83,74 milhões. Segundo a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), a colheita começou no dia 28 de maio na Bahia e deve se acelerar em meados deste mês. Na safra 2020/2021, o Estado plantou 266.662 hectares de algodão. A expectativa de colheita é de aproximadamente 520.363 toneladas.

A área plantada diminuiu 15% e a produção da pluma deve ser 13% menor. A redução é explicada pela maior rentabilidade relativa da soja e do milho, que garantem maior liquidez com menor custo de produção, ainda que os preços atuais da pluma, de 86,00 centavos de dólar por libra-peso, estejam num patamar considerado alto. Na época do plantio, contudo, o algodão estava cotado em cerca de 60,00 centavos de dólar por libra-peso, o que deixava a soja e o milho em vantagem ainda maior. A área na Bahia deve crescer 5% em 2021/2022. O Centro de Análise de Fibras da Abapa, localizado em Luís Eduardo Magalhães (BA), processou as primeiras amostras de algodão colhido nesta safra, e os resultados iniciais da classificação por HVI atestaram "qualidade premium". O resultado decorreu de um clima favorável, marcado por chuvas regulares, distribuídas em cinco meses até maio.

A produtividade deve ser 2% superior à auferida na safra passada, de 317,3 arrobas por hectare de algodão em capulho ou 1.951,4 quilos por hectare de algodão em pluma. Quanto às negociações da safra 2020/2021, na semana passada, rodaram lotes de tradings para indústrias entre R$ 4,65 e R$ 4,70 por libra-peso, para entrega nas Regiões Sul e Sudeste a partir de agosto. Agora, o mercado teria liquidez abaixo de R$ 4,75 por libra-peso, porém já não surgem ofertas de multinacionais no mercado doméstico. Os produtores mostram interesse limitado em vender em meio às dúvidas sobre qualidade após o atraso no plantio e escassez de chuvas na Região Centro-Oeste. Os produtores buscam entre R$ 4,85 e R$ 4,90 por libra-peso, mas as indústrias desejavam travar acordos a fixar usando como referência o Esalq do período de entrega. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.