09/Jun/2021
Enquanto as negociações envolvendo algodão em pluma seguem lentas no spot nacional, as exportações brasileiras do produto continuam intensas. No mercado interno, poucos agentes estão ativos. A demanda está enfraquecida, tendo em vista a lentidão nas vendas ao longo da cadeia têxtil, a preocupação de agentes de indústrias com o repasse dos preços e a expectativa de valores menores da pluma com a entrada mais efetiva da nova temporada. Assim, os agentes adquirem novos lotes de pequenos volumes apenas quando há necessidade imediata. Do lado vendedor, a maioria dos produtores está capitalizada e priorizando os trabalhos de campo da safra 2020/2021. Nesse cenário, os fechamentos no spot e de contratos a termos direcionados aos mercados doméstico e externo são poucos.
O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 1,05% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,98 por libra-peso. Mesmo com a queda, o Indicador ainda está 23,2% acima da paridade de exportação. Quanto às vendas externas, neste início de junho, já somam 13,9 mil toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), representando 24% do volume total de junho de 2020. A média diária dos embarques está em 4,6 mil toneladas, 72% acima da verificada há um ano. Reforçando a retração de vendedores, dados divulgados no dia 1º de junho pelo Comitê Consultivo Internacional do Algodão (Icac) mostram queda de 19% na produção brasileira em 2020/21 frente a 2019/2020, somando 2,4 milhões de toneladas. As exportações são estimadas em 2 milhões de toneladas, novo recorde e 3% acima da safra anterior.
A produção global da safra 2020/2021 deve ser de 24,3 milhões de toneladas, 7% menor que a anterior. A comercialização entre países poderá ficar 9% maior que a da temporada 2019/2020, totalizando 9,8 milhões de toneladas. Assim, para o estoque global, espera-se queda de 2% entre as safras 2020/2021 e 2019/2020, a 21,9 milhões de toneladas. Quanto à temporada 2021/2022, a produção mundial poderá atingir 25,5 milhões de toneladas, 5% acima da anterior. O comércio global está estimado em 10 milhões de toneladas, 1,8% superior ao da temporada anterior. O estoque mundial pode crescer 0,7%, indo para 22 milhões de toneladas. Em relação aos preços, para a safra 2020/2021, deve haver aumento de 2,4% do Índice Cotlook A, a 81,90 centavos de dólar por libra-peso. Para a temporada 2021/2022, espera-se aumento de 6,3% frente à safra anterior, ficando em 87,10 centavos de dólar por libra-peso.
A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), é de R$ 4,03 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,04 por libra-peso no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Vale considerar que a paridade em moeda norte-americana subiu 2,78%. No mesmo período, avançou 2,8%, a 92,20 centavos de dólar por libra-peso no dia 7 de junho. Os contratos da Bolsa de Nova York registram alta, diante da valorização do petróleo e da queda do dólar no mercado internacional. Nos últimos sete dias, o vencimento Julho/2021 apresenta avanço de 2,73%, cotado 84,36 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2021 está cotado a 86,26 centavos de dólar por libra-peso (+ 2,96%), o Dezembro/2021, a 85,26 centavos de dólar por libra-peso (+ 2,33%), e o Março/2022, a 85,24 centavos de dólar por libra-peso (+ 2,32%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.