22/Abr/2021
Enquanto as exportações brasileiras de algodão continuam intensas, a disponibilidade da pluma no spot nacional segue baixa, contexto que vem mantendo firme os preços da commodity. Os vendedores priorizam o cumprimento de contratos a termo, atentos ao desenvolvimento das lavouras. Vale lembrar que o clima neste momento é decisivo para a produção, especialmente em áreas semeadas fora da janela ideal, algumas lavouras dependem de chuvas regulares até meados de maio/junho deste ano. Agentes brasileiros também monitoram o avanço da semeadura nos Estados Unidos. Do lado comprador, ainda poucos agentes estão ativos, mas o número vem crescendo, à medida que o comércio reabre e as expectativas de maiores vendas aumentam.
Ainda assim, muitas indústrias precisaram repor estoques nos últimos dias e complementar alguns lotes, deixando a demanda acima da oferta. Neste cenário, ainda observa-se disputa sobre preços entre os agentes, mas, no balanço, o movimento tem sido de alta. O Indicador CEPEA/ESALQ registra alta de 1,42% nos últimos sete dias, cotado a R$ 4,89 por libra-peso. Na parcial do mês, o aumento é de 1,79%. Ainda, o Indicador está, em média, 10,9% acima da paridade de exportação nesta parcial de abril. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume exportado em apenas 11 dias úteis de abril soma 104,03 mil toneladas de pluma, quase 15% mais que a quantidade total exportada em abril/2020 (90,6 mil toneladas) e um recorde para o mês. A média diária de embarque está em 9,5 mil toneladas, expressivamente acima das 4,5 mil toneladas em abril/2020.
O preço médio de exportação na parcial de abril, em dólar, foi de 77,32 centavos de dólar por libra-peso, 2% maior que o de março/2021 (75,77 centavos de dólar por libra-peso) e 9,2% acima do de um ano atrás (70,80 centavos de dólar por libra-peso). Em moeda nacional, a média está em R$ 4,36 por libra-peso (considerando-se o dólar médio de R$ 5,64 em abril), elevações de 2,1% sobre o mês anterior e de expressivos 16% frente a abril/2020 (R$ 3,77 por libra-peso). Esse preço é 9,5% inferior ao verificado no spot nacional (Indicador), a menor diferença negativa desde dezembro/20 (-7,2%). De acordo com dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias, ao menos 44% da safra brasileira 2019/2020 e 27,2% da 2020/21 teria sido comercializada até o dia 20 de abril. Considerando-se que nas últimas cinco temporadas foram registrados, em média, 74% da produção nacional, isso pode indicar que 59,4% da produção atual e 36,8% da próxima já teria sido negociada.
Para Mato Grosso, o maior produtor nacional, especificamente, informações divulgadas no dia 12 de abril pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 98,17% da produção 2019/2020 e 67,93% da próxima já teria sido comercializada. Sendo que a comercialização para a safra 2020/2021 está um pouco maior que a média de 66,42%, mas abaixo dos 76,64% registrados no mesmo período para a safra 2019/2020. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) é de R$ 4,47 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 4,48 por libra-peso no Porto de Paranaguá, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, a valorização do petróleo e a expectativa de maior consumo diante da melhora nas vendas recentes de pluma norte-americana estão elevando os contratos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.